A volatilidade dos mercados atinge os seus níveis históricos mais baixos

Antonio_Rodriguez_Mirabaud
-

O crescimento dos mercados de ações continua, ao passo que a volatilidade implícita atinge os seus níveis historicamente mais baixos tanto na Europa como nos Estados Unidos.

Nos Estados Unidos, a nomeação de Jerome Powell para a presidência da Reserva Federal, a partir de fevereiro de 2018, é entendida como uma "mudança na continuidade". Sendo este último considerado moderado e consensual, a trajetória da política monetária do Banco Central Europeu e o ritmo de normalização das taxas de juros não foram revistos como consequência deste anúncio. Por outro lado, o último comunicado da reserva federal americana faz referência a uma economia cujo crescimento é considerado sólido, apesar da inflação reduzida. Assim, a terceira subida das taxas de juros em 2017, de 25 pontos de base é totalmente esperada pelos mercados em dezembro.

Nos mercados de ações, a época de publicação de resultados das empresas no terceiro trimestre prossegue confirmando o forte crescimento dos lucros e das vendas. Nos mercados obrigacionistas, as obrigações do Tesouro americanas apresentaram desempenhos negativos em reação à subida acentuada das taxas de juros no final do mês, ao passo que as obrigações emergentes sofreram uma desvalorização em reação à valorização do dólar. Por último, o mercado do crédito conseguiu desempenhos sólidos com uma compressão suplementar dos diferenciais das taxas de juro em relação às obrigações soberanas.

Na Europa, as ações europeias foram sustentadas pelo prosseguimento da política acomodatícia do BCE e a prorrogação do seu programa de compra de ativos pelo menos até setembro de 2018. Embora o montante das compras mensais tenha diminuído, o Banco Central Europeu manteve todas as opções em aberto para prolongar ou aumentar o seu apoio à economia em caso de necessidade. Em resposta a este anúncio, os investidores não esperam a subida das taxas diretoras na Europa antes de meados de 2019. No mercado obrigacionista, as obrigações dos países periféricos apresentaram em outubro um desempenho superior ao das obrigações soberanas do core da área do euro.

png

Em resumo:

  • Quanto às ações, recomendamos uma cobertura de um terço da alocação em ações americanas e suíças das carteiras.
  • Aquisição da temática «impostos elevados» para beneficiar do projeto de reforma fiscal nos Estados Unidos.
  • Sobreponderação do setor do comércio eletrónico nos Estados Unidos e subponderação do comércio tradicional, meios de comunicação social e imobiliário.
  • Recomendação de privilegiar os emitentes não europeus no âmbito da alocação obrigacionista investment grade em euros.
  • O crescimento económico mantém-se forte nos países desenvolvidos, mas a inflação mantém-se tímida.
  • No que toca a ações, as empresas americanas sujeitas a uma carga tributária mais elevada benefeciarão da reforma fiscal
  • Relativamente a obrigações, privilegiar as obrigações em euros dos emitentes da área do euro não afetados pelas recompras do BCE.