A sustentabilidade continua a ganhar apoio nos investimentos

Carla
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(Artigo de opinião de Carla Bergareche, directora geral da Schroders para Portugal e Espanha. Tribuna patrocinada pela Schroders)

Não é novidade observar como o investimento sustentável se posiciona como um fator cada vez mais relevante no momento de criar um portefólio. O Estudo sobre Investimento Global da Schroders, na segunda fase sobre os criterios ESG, confirma que esta tendência continua a conquistar adeptos em Portugal, já que 69% dos investidores aumentaram as suas alocações em investimentos sustentáveis nos últimos cinco anos, o que compara com a média global de 64%. A indústria de gestão de ativos deve oferecer uma perspetiva inovadora de investimento assente em critérios de sustentbailidade.

Ao mesmo tempo, o mito de que o investimento sustentável pode ter um impacto negativo nos portefólios de investimentos no momento de obter retornos está gradualmente a desaparecer. De acordo com a nossa análise, apenas um quarto da população mundial está preocupada com a possibilidade de que os investimentos em sustentabilidade possam comprometer a sua rentabilidade, não proporcionando um retorno tão vantajoso como os investimentos não sustentáveis. Globalmente, os investidores europeus são os menos preocupados, sendo que em Portugal apenas 24% partilham desta preocupação, números próximos dos investidores da Dinamarca (18%), França (19%), Bélgica (19%) e Alemanha (20%).

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Um dos aspetos mais destacados da sondagem é a importancia da educação financeira. De facto, os investidores portugueses que consideram ter um conhecimento superior em matéria de investimentos demonstram também uma maior tendência no momento de investir de forma sustentável. É encorajador verificar que, segundo o Estudo, 46% dos inquiridos em Portugal, que afirmam ter conhecimentos de nível “expert”, estão a investir mais em ativos sustentáveis. 14.1% dos investidores portugueses especializados espera também retornos mais elevados na totalidade da sua carteira. O estudo comprovou que investir de forma sustentável é uma tendência entre as camadas mais jovens, globalmente falando, e que são as faixas etárias que compõem os Millenials (75% globalmente e 71% em Portugal) que confirmam ter aumentado a sua exposição a investimentos sustentáveis nos últimos cinco anos.

 

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O papel que as entidades gestoras desempenham no momento de saber transferir de forma adequada a relevância do investimento sustentável na composição de um portefólio faz de nós os principais agentes da mudança. Importa fazer referencia aos 61% de inquiridos que indicam que a falta de informação faz com que não intervenham ou que não direcionem mais capital para investimento sustentável. Este patamar é onde os gestores devem empreender maior esforço: informando de forma transparente, dando ênfase aos benefícios de seguir uma conduta sustentável e, em suma, educar sobre as possíveis vantagens do investimento sustentável.

O universo financeiro não é alheio às inovações e rupturas que estão a mudar a forma como trabalhamos e interagimos. Neste sentido, como investidores, não podemos ignorar a inquietude que os problemas do meio ambiente causam, sendo que agora é o momento para agir em conformidade e tomar medidas para liderar este movimento até um mundo mais sustentável  e ecologicamente consciente. Confiamos que, num futuro próximo, as questões ambientais e sociais serão fatores determinantes no campo do investimento. O nosso contributo para um mundo mais sustentável começa por asumir responsabilidade dentro da indústria e guiar-nos pelo caminho da mudança.