A indústria global de ETFs regista o quarto melhor mês da sua história: entraram 50.000 milhões de dólares

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Sungjin Kim, Flickr, Creative Commons

Só no mês de fevereiro entraram 50.000 milhões de euros em fundos cotados de todo o mundo. Trata-se do quarto melhor mês para a indústria a nível global e um novo empurrão para o investimento total, que já ascende a 62.300 milhões de euros desde o início do ano. São dados do último relatório ETP Landscape, elaborado pela BlackRock, correspondente ao mês de fevereiro, e não são os únicos que chamam à atenção sobre o volume de investimento nesta classe de produtos.

Ursula Marchioni, responsável de análise de ETP, explica que “os ETF de obrigações situaram-se à cabeça desta tendência, com os fluxos de investimento a atingirem os 17.800 milhões de dólares durante o mês, seguidos de produtos cotados de ações europeias”. O património investido nesta classe de ativos já alcança os 31.000 milhões de dólares desde o início do ano, algo que Marchioni descreve como “um ritmo sem precedentes que bate o máximo anterior registado em 2014”.

A especialista indica que os maiores beneficiados nas entradas de dinheiro  foram os ETF que replicam o comportamento das obrigações corporativas, tanto com investment grade como high yield; só estes últimos assistiram a subscrições de 5.200 milhões durante o último mês. Nos ETF de obrigações empresariais com investment grade e high yield registou-se um investimento mensal conjunto de 15.700 milhões de dólares. Da BlackRock apresentam estas somas como resultado da procura de rentabilidade dos investidores de obrigações.

Aos produtos de obrigações seguiram-se, por volume de fluxos, os ETF de ações europeias, que atraíram 11.500 milhões de dólares. Da entidade constatam que os fundos cotados de ações europeias já superaram nestes dois primeiros meses de 2015, o volume de captações de todo o ano de 2014, ao atraírem o nível record de 8.900 milhões de dólares. Da entidade atribuem a força destes fluxos à combinação do QE anunciado por Mario Draghi com a depreciação do euro. Os investidores também mostraram entusiasmo em relação aos fundos de ações norte-americanas, que recuperaram depois dos resgates registados em janeiro. No entanto, da BlackRock, indicam que os números de investimento registados  na bolsa norte-americana, 3.900 milhões de dólares, “continuam a ser modestos em comparação com outras classes de ativos”.

Em jeito de conclusão, o relatório também reflete os sinais de estabilização dos fundos cotados de bolsa emergente, que depois de cinco meses consecutivos de resgates registaram em fevereiro subscrições no valor de 2.700 milhões de dólares. Da gestora indicam que os ETF que foram mais favorecidos pelos fluxos de entrada foram os que são centrados na China e na Índia, embora também tenha “chovido” dinheiro na classe em geral, e interpretam esta melhoria como consequência da queda dos preços do crude juntamente com o nove pacote de medidas acomodatícias de um grande número de bancos centrais tanto no universo de países desenvolvidos como nos emergentes.

Os ETF que registaram as maiores entradas em 2015