“A incerteza gera oportunidades”

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Cedida

Foi com a casa cheia que se realizou o reconhecido Simpósio de Investimentos da Mercer Portugal, que já vai na sexta edição, e que trouxe a Portugal mais de cem profissionais da área financeira entre investidores institucionais, fundos de pensões e gestoras de ativos de toda a Europa.

Sob o tema “Tilt from Beta to Alpha. Uncertainty drives Opportunities”, o evento trouxe para cima da mesa as melhores estratégias dos investidores para conseguirem enfrentar os tempos de incerteza que têm afetado os mercados financeiros e que os ajudem a olhar para 2016 com outros olhos e a encontrar outras oportunidades. Diogo Alarcão, MMC Country Leader, e Rui Guerra, Partner da Mercer, deram inicio ao simpósio, onde destacaram, sobretudo, “que as oportunidades para o longo prazo não podem comprometer os resultados em prazos mais curtos”. Ainda assim, a mensagem principal surgiu do facto “das incerteza gerar oportunidades” em todos os quadrantes.

A edição deste ano, que teve lugar no Sana Lisboa Hotel, contou com a presença do embaixador norte-americano em Portugal, Robert Sherman, como orador. A sua visão foi muito focada nas relações, a todos os níveis, entre Portugal e os Estados Unidos da América. Tudo começou no berço da independência dos EUA, já que “a 4 de Julho de 1776, dia em que foi assinada a Declaração da Independência – com John Adams, Benjamin Franklin e Thomas Jefferson – esse acto foi assinalado com vinho da Madeira”, afirmou. Além disso, destacou ainda o facto de Portugal ter sido o segundo país do mundo “a reconhecer os novos EUA depois da declaração de independência”. Além de alguns facto históricos, o embaixador destacou ainda o elevado nível de avanço tecnológico e inovação de muitas empresas nacionais.

Rupert Watson, head of Asset Allocation da Mercer Europe, vincou a sua apresentação no ambiente dos mercados e a respetiva asset allocation. Para o profissional, “a economia dos mercados desenvolvidos apresenta boas perspetivas, embora se encontre ainda com níveis de crescimento baixos”. Sobre o mercado norte-americano, o especialista destacou o facto da economia ir “a caminho do pleno emprego”, enquanto que na Zona Euro essa variável “ainda irá demorar cerca de 2 anos a voltar ao normal”.

O CIO da Mercer na Europa, Hooman Kaveh, focando no tema que deu o nome à conferência, deu especial destaque ao paradoxo, suportado por research, que mostra que os ativos de baixa volatilidade acabam por mostrar superiores rentabilidades no longo-prazo, o que contraria a teoria comummente do Capital Asset Princing Model (CAPM). Complementou com outra contradição ao destacar o paradoxo de um mercado de obrigações no qual se verifica um crescimento significativo, mas uma reduzida liquidez, o que tem resultado na compressão das yields. Por outro lado, os spreads da dívida high yield estão a descontar níveis de recessão e representam uma oportunidade. Saliento oportunidades em dívida de empresas ligadas aos sectores da energia e mineração, bem como as low valuations da EM.

Houve, ainda, uma troca de ideias entre Marta Frazão, Principal Mercer; Ana Magalhães, HR Director da Johnson & Johnson, e ainda Alexandra Caldeira, Investment Manager da Galp Energia. O tema foi os planos de pensões com contribuição definida, onde se debateu a forma como foram implementados esses planos nas empresas.

Por fim, Nuno Silva, Principal Manager da Mercer e Luiza Cohen, Investment Consultant da Mercer, debruçaram-se na evolução do mercado nacional. Evidenciaram quatro pilares, quando olham para o balanço das empresas, que podem ajudar a melhorar a sua desalavancagem: “uma redução de custos, uma melhor governance, uma maior solidez operacional e ainda, a melhoria em termos qualitativos”. Estes quatro princípios podem ajustar-se para os fundos de pensões, melhorando a sua eficiência dentro da empresa.