A IMGA em 2018 ao detalhe

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runando, Flickr, Creative Commons

No Relatório e Contas referente ao exercício de 2018, a maior entidade gestora de fundos mobiliários independente em Portugal, a IMGA, realçou a multiplicidade de desafios que a indústria de gestão de ativos enfrentou na última década. Refere-se essencialmente ao nível da introdução de novos produtos, alterações regulatórias, canais de distribuição, tecnologia e pressão nas margens, entre outros, que têm “sido fatores disruptivos na cadeia tradicional de valor desta indústria, sendo por isso expectável a sua consolidação e o aparecimento de novos modelos de negócio”, destacam.

“O avanço da tecnologia ao serviço do negócio de gestão de ativos tem proporcionado um efeito disruptivo no negócio, nomeadamente na captação de clientes, customização de aconselhamento financeiro, research e gestão de portfólios, fatores esses imperativos para o êxito das empresas de gestão de ativos no futuro do sector”, pode ler-se no Relatório e Contas de 2018.

A entidade destaca então a necessidade dos players de menor dimensão interpretarem de forma eficaz as necessidades dos investidores e proporcionarem soluções diferenciadoras, bem como encontrar formas de otimizar os canais de distribuição. A reorganização da atividade e estruturas, a minimização de custos e o investimento em capacidades tecnológicas são importantes, neste sentido.

De olhos no futuro, a IMGA destaca como maiores desafios para o próximo triénio:

  • A concorrência “feroz” da gestão passiva, com a resultante pressão nas margens. Destacam aqui também a crescente oferta de produtos de robot-advising, que recorrem principalmente a instrumentos de gestão passiva para as propostas de alocação.
  • As alterações na regulação, que têm mostrado um grande impacto ao nível dos custos. Falam principalmente de DMIF II.

O bull-market maduro e os risco que daí advêm não passam ao lado do relatório, nomeadamente referindo-se a entidade a uma maior probabilidade de uma recessão nos próximos três anos, sendo eventualmente um momento “relevante para testar a resiliência dos ativos captados pelos fundos de gestão de gestão passiva”, ao nível de estruturas de replicação, liquidez e qualidade de gestão das estratégias de robot-advising que recorrem a estes instrumentos.

Eventos relevantes

Entre os eventos relevantes no ano, a IMGA destaca no relatório o lançamento dos dois fundos com comercialização exclusiva através do EuroBic, nomeadamente:

  • O Fundo Flexível EuroBic Seleção TOP, “cujo objetivo é o de proporcionar aos participantes um nível de rendibilidade a médio prazo com um prémio de 2,5% face aos instrumentos do mercado monetário, através do investimento preferencial em fundos de investimento com objetivos de retorno absoluto”;
  • O Fundo EuroBic PPROICVM “composto por quatro subfundos que se adaptam cada fase da vida, enquanto soluções de poupança para a reforma e com políticas de investimento ajustadas aos diferentes escalões etários, com ajustamento do nível de risco”.

De realçar também a alteração da denominação dos Fundos IMGA High Yield Bond Selection para IMGA rendimento Mais, e do IMGA Global Bond Selection para IMGA Dívida Pública Europeia. Também a gama de Fundos IMGA Prestige (Conservador, Moderado e Dinâmico) mudou a denominação para IMGA Alocação.

Os fundos IMGA Poupança PRR e IMGA Investimento PPR Ações foram transformados em organismos de investimento coletivo em valores mobiliários, tendo o seu nome sido alterado para IMGA Poupança PPR/OICVM e IMGA Investimento PPR/OICVM, respetivamente.

“Com o objetivo de racionalizar a oferta de fundos, eliminando a sobreposição de fundos semelhantes e obtendo sinergias ao nível da gestão e da política de investimento”, a IMGA procedeu também, em 2018, à fusão por incorporação dos fundos IMGA Dedicado Acumulação no fundo IMGA Alocação Moderada e do fundo IMGA Dedicado Valorização, no fundo IMGA Alocação Dinâmica.

Por fim, destaca-se no Relatório e Contas o início da comercialização no quarto trimestre do ano dos fundos IMGA Ações América, IMGA Iberia Equities, IMGA Alocação Conservadora, IMGA Alocação Moderada, IMGA Alocação Dinâmica e IMGA Poupança PPR/OICVM na rede do Grupo Crédito Agrícola.

Os dados financeiros

Em termos de ativos sob gestão por entidade depositária, a IMGA divulga os quadros seguintes:

Captura_de_ecra__2019-05-27__a_s_15

Captura_de_ecra__2019-05-27__a_s_15

O resultado líquido da entidade gestora ascendeu a 1,8 milhões de euros, que compara com os 1,59 milhões de euros de 2017 (+13,6%), decorrente, principalmente, do crescimento das comissões líquidas. Os rendimentos de serviços e comissões cresceram de 14,6 milhões de euros em 2017, para 17,3 milhões de euros em 2018. 

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