A gestão ativa em ações funcionou melhor do que as obrigações em tempo de coronavírus

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Carden's Design, Flickr, Creative Commons

Tende-se a dizer que em épocas de elevada volatilidade e dispersão dos mercados é quando os gestores ativos têm as maiores oportunidades para gerar alfa nas carteiras dos fundos que gerem. Os resultados do barómetro Active Passive Navigator que a Lyxor ETF Research acaba de publicar, vêm demonstrar esse axioma, pelo menos no que se refere aos gestores de ações.

Segundo o estudo, que tem em conta o comportamento dos fundos ativos domiciliados na UE em relação aos seus índices de referências, 53% dos gestores ativos de ações obtiveram melhores resultados líquidos de comissões que os seus índices de referência no primeiro semestre de 2020. O número é muito mais elevado do que quando se compara ao rendimento destes mesmo fundos com períodos mais longos como por exemplo a um ano, três ou cinco como se vê na tabela abaixo.

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“No primeiro semestre vimos muitos ciclos no mercado de ações o que é algo pouco frequente e isso gerou muita dispersão entre os setores, o que gera oportunidades de conseguir alfa. Houve um período no qual foi preciso ser muito defensivo para depois passar a ser muito ativo para captar todo esse potencial”, afirmou Jean-Baptiste Berthin, estratega senior de Cross-Asset da Lyxor Asser Management.

Além disso, essa dispersão do mercado de ações foi muito melhor aproveitada pelos gestores ativos de pequena e média capitalização do que pelos que gerem fundos de ações de grande capitalização e basta olharmos para os números. Enquanto em média 70% dos gestores de small e mid caps conseguiu com os seus fundos um resultado superior ao dos seus índices de referência, no caso dos gestores de ações large cap, o número médio baixou para níveis de 40%.

Esta é a fotografia das ações, mas também se saíram bem os gestores de obrigações em tempos de coronavírus? A resposta é não. “Foi difícil para os gestores ativos navegar num universo de governos e dívida com o investment grade, mas em high yield foi diferente já que é onde se viu uma maior dispersão”, afirma Vincent Denoiseux, responsável da Lyxor ETF Research and Solutions. De facto, em média apenas 33% dos gestores ativos conseguiu superar os seus índices de referência nos primeiros seis meses do ano. Não obstante, neste caso também houve exceções e estas aconteceram nos ativos que foram precisamente os mais voláteis como é o caso da high yield euro, com 51% dos gestores ativos a bater os seus índices de referência, ou a dívida emergente em divisa forte, onde a taxa de sucesso foi de 41%.

Além disso, tal como acontece com as ações, no caso das obrigações, quanto menor for o período analisado, maior a taxa de sucesso, já que 33% dos gestores de obrigações que ultrapassaram os seus índices no primeiro semestre se torna em 31% quando o período analisado é um ano e em 21% quando se amplia aos últimos três anos.

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