A evolução do mercado imobiliário em Portugal

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ChodHound, Flickr Creative Commons

A crise de dívida soberana nos países do sul da Europa veio marcar também um ponto de viragem no mercado imobiliário em Portugal. Pelo menos é o que transparece o indicador Trimestral APFIPP/IPD de Fundos de Investimento Imobiliário Portugueses. Este indicador evidencia uma tendência de contração do Net Asset Value (NAV) líquido de comissões e bruto de impostos, dos 36 fundos que o compõe, tendência essa que se cimentou no mais recente trimestre com uma quebra de 1,9%.

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Fonte: MSCI, a 31 de março de 2016

No entanto, quando desagregada, os diferentes segmentos de fundos imobiliários mostram uma evolução díspar. Enquanto os Fundos Investimento Imobiliário Abertos (FIIA) evidenciam um aceleramento do ritmo de contração anual (-5,3%), os Fundos de Investimento Imobiliário Fechados (FIIF), excluindo Fundos de Investimento Imobiliários para Arrendamento Habitacional (FIIAH) mostram mesmo uma expansão significativa das rentabilidades desde o final de 2014 (6,7%). Já no caso dos FIIAH, embora ainda em terreno negativo, mostram um abrandamento do ritmo de contração. Dada a composição do índice, que inclui um maior peso dos FIIA, nomeadamente de 61%, a evolução negativa dos mesmos mais que anula a evolução positiva dos FIIF ex-FIIAH, que representam apenas 26%.

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Fonte: MSCI, a 31 de março de 2016

Dados do reporte da MSCI relativamente a este indicador mostram também uma alavancagem média de 12,1% e uma taxa de distribuição média de 1,6%, a 31 de março de 2016. No caso dos FIIA, estes valores são de 9,9% e 0,7%, respectivamente, enquanto no caso dos FIIF ex-FIIAH a alavancagem é de mais do dobro, na ordem dos 21,1% e a taxa de distribuição atinge os 4,5%. Os FIIAH não apresentam qualquer alavancagem ou distribuição.