A evolução da alocação dos fundos perfilados moderados em abril e maio

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JDRAMIRE, Flickr, Creative Commons

Os meses de abril e maio foram de recuperação, o que renovou o otimismo dos investidores. O início do desconfinamento em várias regiões e a reabertura das economias fez com que os indicadores macroeconómicos começassem a dar sinais de retoma.

Mas terão estes fatores influenciado a alocação dos fundos perfilados com um perfil de risco moderado? Foi precisamente o que tentámos perceber através de uma análise focada nas classes de ativos e geografias das carteiras médias dos produtos, com dados da Morningstar de abril e maio de 2020.

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Entre março e maio a exposição a ações aumentou 3,44%. No caso das ações, o caminho foi mais acidentado. Como se pode ver no gráfico acima, este segmento, que representava 34% em março, caiu 1,43% em abril e voltou a aumentar em maio, fixando-se nos 36.35%, o valor mais elevado desde abril de 2019.

O Santander Select Moderado, da Santander AM, foi um dos fundos cuja carteira mais registou alterações em ambos os meses. O seu gestor, Stefano Amato conta que, por exemplo, em abril “a gestão do fundo diminuiu a alocação a dívida pública europeia, através da venda parcial da participação no fundo Vanguard Euro Govt Bd, e diminuiu a exposição a alguns ETF de ações norte-americanas e europeias, aproveitando para reinvestir num ETF que centra os seus investimentos nas maiores empresas americanas e internacionais de tecnologia, o iShares NASDAQ 100 UCITS ETF”.

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Quanto à exposição geográfica da componente acionista, de março para abril, os valores mantiveram-se quase inalterados, sendo a Europa a região que acumula uma percentagem maior (12.13%).

Num mês como o de maio em que, como contam os gestores das gamas de fundos perfilados da Optimize IP, “os índices de ações europeias tiveram um desempenho positivo (Eurostoxx 50 4.2%), as praças americanas seguiram a mesma tendência (S&P500 4.5%) assim como, os mercados emergentes (MSCI Emerging 0.6%)”, a alocação geográfica à América do Norte foi a que mais aumentou (2.26%).

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No que concerne a alocação geográfica da componente obrigacionista, a exposição à América do Norte aumentou 3.09% entre março e maio. O fundo Caixa Wealth Moderado, da Caixa Gestão de Ativos, foi aquele mais que mais contribuiu para o aumento da média, visto que aumentou em 15.18% a ponderação da carteira alocação a esta região, muito embora uma parte significativa desse crescimento tenha tido origem na revalorização dos ativos.

A exposição a ações da Europa desenvolvida, apesar de ter sofrido uma ligeira queda em maio, mantém-se acima dos 34%.

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Referindo-se ao mês de abril, a equipa de gestão do BPI Reforma Investimento PPR/OICVM conta que “a carteira se manteve diversificada entre as principais classes de ativos tendo sido aproveitado o forte alargamento de spreads para adicionar emissões de dívida de empresas de elevada qualidade”. Apesar da aposta nas obrigações corporativas por parte dos gestores deste produto, Paulo Joaquim, gestor do GNB NB Equilibrado, e Pedro Vieira, CFA, gestor do IMGA Alocação Moderada, optaram por um movimento contrário, ao diminuírem a exposição a esta subcategoria.

Em maio, a exposição a obrigações corporativas aumentou 4.61%. A equipa de gestão do BPI Reforma Investimento PPR/OICVM FIAPR, por exemplo, reforçou “a exposição a dívida corporate privilegiando as emissões em mercado primário”. No caso do Santander Select Moderado, Stefano Amato explica que “aumentou a exposição a obrigações corporativas europeias e diminuiu a dívida pública, também europeia”.