A Europa foi um dos “pontos de fuga” dos investidores em junho

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practicalowl, Flickr, Creative Commons

Embora em termos gerais, em junho, os investidores das plataformas nacionais não tenham sido travados pela volatilidade na hora de escolher os fundos a investir, muitos foram os que, por outro lado, se sentiram impelidos a sair das estratégias onde os riscos lhes pareceram mais eminentes. Pode dizer-se por isso que a Grécia foi o principal ‘bode expiatório’ para os resgates registados nos fundos estrangeiros disponibilizados pelas três plataformas nacionais.

Justamente a partir do domínio do tema grego, Isabel Soares, gestora de produto do BiG – Banco de Investimento Global, comenta que “o período ficou marcado pela incerteza e a elevada volatilidade nos mercados accionista e obrigacionista”. Desta feita, “as dúvidas relativamente ao desfecho da situação da Grécia e eventuais impactos para o resto da Europa traduziram-se numa redução do risco das carteiras por parte de alguns investidores”.

A profissional concretiza, e refere que “os maiores outflows verificaram-se em fundos com estratégias mais direccionais e que incorporam, normalmente, um maior nível de risco”. Outro dos “pontos de fuga” foi ao nível dos “fundos de ações com enfoque geográfico em mercados europeus periféricos (nomeadamente Portugal, Espanha ou Itália)”. A grande conclusão do mês é a de que “muitos investidores parecem ter optado por reduzir a sua exposição a estes mercados por considerarem que podem ser impactados, de forma significativa, pela questão da crise grega”.

No caso do ActivoBank, os investidores optaram pela saída das estratégias de obrigações, particularmente “as obrigações europeias”. Também no Banco Best, Rui Castro Pacheco, testemunhou no mês de junho “algumas saídas em fundos de tesouraria e de obrigações”. No entanto, acrescenta que no período os resgates também aconteceram “em determinados setores das ações e alguns fundos mistos, fruto da volatilidade acrescida que se verificou”.