A “dança” de gestores agita os fundos de ações europeias

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def110, Flickr, Creative Commons

As últimas semanas têm sido muito agitadas na indústria financeira. Desde que Eric Bendahan abriu a caixa de Pandora ao anunciar a saída da Oyster para fundar a sua própria boutique – a Eleva Capital – as mudanças sucederam-se a um ritmo vertiginoso. Essas modificações afetaram principalmente os fundos de ações europeias e, em alguns casos, vieram em cadeia. Isso é evidenciado pelo facto do substituto de Bendahan na Oyster ser Michael Clements, gestor até então do Franklin European Growth. No entanto, a dança de gestores  tem acompanhado um processo de reaberturas e fechos de fundos que,  em alguns casos, voltaram a permitir aos investidores terem acesso a novas entradas com o objectivo de preservar a estratégia e de forma a proteger os atuais participantes.

Veja-se o caso do JPM Europe Equity Plus, da J.P. Morgan AM, gerido por Michael Barakos e Nicholas Horne, em que a excelente rentabilidade que o produto tem oferecido a longo prazo nos últimos anos fez crescer significativamente a procura, tendo no final de outubro culminado no soft close do produto. O fecho a novos participantes foi efetivo no passado dia 20 de outubro, embora os intervenientes que já estão no fundo possam continuar a aumentar ou reduzir as suas participações. Trata-se de um fundo de ações europeias long short que se tem destacado pelo seu extraordinário comportamento, por conseguir situar-se no primeiro decil da sua categoria nos últimos cinco anos e também desde o início de 2014; estes bons resultados tinham atraído uma grande massa de investidores de ações europeias, e o aumento destes fluxos de entrada foi o principal motivo para anunciar o soft close e preservar assim a volatilidade da estratégia, que atualmente gere cerca de 3.900 milhões de euros.

Este anúncio acontece menos de uma semana depois da Alken anunciar a abertura de dois dos seus fundos supervendas: o Alken European Opportunities e o Alken Absolute Return Europe. Ambos os produtos vão estar abertos a novas subscrições a partir de 3 de novembro. “Desde o soft close temos visto que o sentimento do investidor perante as ações europeias regressou a níveis mais cómodos e temos conseguido com êxito controlar os fluxos de entrada e manter um volume de ativos sob gestão fortes”, indicam da gestora, justificando esta decisão.

A decisão da Alken acontece num momento em que alguns investidores analisam detalhadamente as estratégias da bolsa europeia depois de desfazerem posições em produtos como o Bestinver Internacional – do qual, segundo dados da Morningstar Direct, saíram quase 800 milhões desde que a 23 de setembro se anunciou a saída de Francisco García Paramés – ou o Bestinfond, de onde saíram quase 740 milhões.