“A América Latina passa por um grande momento de consolidação”

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EdMilson de Lima, Flickr, Creative Commons

       Com o intuito de reforçar a sua já significativa oferta de produto para os investidores europeus, a brasileira Bradesco Asset Management (BRAM) acaba de lançar o fundo UCITS Latin America Hard Currency Bond. Em entrevista à Funds People, Clayton Rodrigues, sénior portfólio manager da BRAM, e Luiz Osório, superintendente do desenvolvimento de negócios internacionais da entidade,  começaram por explicar precisamente que este fundo registado no Luxemburgo vem compor uma oferta de 5 fundos UCITS - três de ações e dois de obrigações - já existentes que se dirigem aos clientes europeus. 

“Este fundo investe em papéis de dívida corporativa de empresas do Perú, Chile, Colômbia, México e Brasil, que emitem no exterior”, disseram os responsáveis à Funds People. Dirigindo-se a clientes private, familly offices e institucionais, o produto agora lançado procura “maximizar os retornos de médio prazo investindo em obrigações de empresas investment grade e em dívida soberana denominada em dólares”, dizem. “Os clientes de varejo (retalho) também podem ter acesso a este produto em algumas plataformas de distribuição. Em Portugal a plataforma que disponibiliza o produto é o Banco Best”, acrescentam.

América Latina...porquê?

Para os profissionais da BRAM existem dois principais motivos que justificam o universo de investimento do fundo. “Em primeiro lugar, há  investidores europeus, que preferem um investimento  que seja abrangente, e isso pode ser oferecido com este produto; por outro lado, a América Latina passa por um grande momento de consolidação, com desafios crescentes ao nível das infraestruturas, apresentando ainda yields muito atrativas”, indicam.

Brasil a dominar

Cerca de 45% da carteira está no entanto investida em Brasil. Os dois especialistas justificam esta opção com o facto de “a yield média oferecida pelo país ainda ser maior do que a dos restantes países da região”. Clayton Rodrigues e Luiz Osório lembram que “desde que o real começou a desvalorizar, as exportadoras brasileiras têm vindo a beneficiar bastante”. Do Chile e México, é destacado, por outro lado, o contributo dado pelo sector bancário, que na opinião da BRAM “é muito bem estruturado e com taxas de crescimento potencial bastante atrativas no caso do México, principalmente se as reformas propostas para o sistema financeiro forem bem-sucedidas”.

“A abordagem de investimento do fundo baseia-se num research de crédito robusto, na monitorização macro e de mercado, e na análise da duração”, adiantam, referindo que 70% da carteira está alocada a papéis com grau de investimento, e o restante em alocações táticas em empresas que estão no caminho de se tornar grau de investimento, onde se buscam ganhos de apreciação de capital. Para a BRAM este produto surge como uma “excelente alternativa relativamente a outros fundos de obrigações high yield norte-americanos que mostram menor potencial de apreciação”.

A BRAM tem como objetivo um crescimento do fundo até aos 100 milhões de dólares nos próximos anos.