A alocação dos fundos flexíveis nacionais ao longo do último ano

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phantomswife, Flickr, Creative Commons

A definição da APFIPP para Fundos Flexíveis: Fundos que não assumem qualquer compromisso quanto à composição do património nos respetivos documentos constitutivos. Neste sentido, e com dados divulgados pela Associação, mostramos-lhe como evoluiu a alocação destes fundos cuja flexibilidade em prospecto lhes permite uma maior liberdade na decisão de alocação.

Foi um ano muito positivo para a categoria, que terminou setembro de 2018 com um montante de ativos sob gestão de 489,3 milhões de euros, o que compara com os 706,16 milhões de euros a 30 de setembro de 2019. Falamos de um crescimento dos ativos na ordem dos 44% ou 217 milhões de euros. No entanto, e dado o perfil defensivo da generalidade dos fundos mistos portugueses, e especificamente dos flexíveis - com apenas 20,6% alocados a ações -, esta variação teve claramente origem em entradas de dinheiro por parte dos participantes dos fundos que, segundo a APFIPP, atingiram os 205 milhões de euros no período.

Contudo, apesar de o valor de mercado dos ativos não ter impactado significativamente os AuM, os pesos das diferentes classes de ativos e rubricas de investimento variaram de forma relevante no ano e no trimestre. Por um lado, vemos as rubricas de liquidez e aplicações de curto prazo a recuar no trimestre, de um total de 21% em finais de junho para 15,3% em final de setembro. No entanto, no final do terceiro trimestre de 2018 a posição em liquidez, títulos de curto prazo e fundos de mercado monetário era de 13,5% dos AuM.

As rubricas de obrigações, fundos de obrigações e dívida pública, agregadas, fecharam o terceiro trimestre do ano a representar 30% das carteiras dos fundos flexíveis, o que contrasta com os 33,5% de setembro de 2018 e com os 27% do fecho do semestre. A única rubrica que cresceu neste segmento foi a de dívida pública euro. A exposição a ações, por seu lado, veio recuando ao longo do ano, dos 29% com que fechou setembro de 2018 para os 28,3% e 20,6% em junho e setembro de 2019, respetivamente.

Já no que se refere à alocação a fundos terceiros, nacionais e internacionais, excluindo monetários, a exposição cresceu significativamente e passou de 52% para os 58,1% entre os finais de setembro de 2018 e 2019. A sub-rubrica que verificou o maior crescimento foi a de UP's de Outros Fundos, que mais que duplicou o peso no período em análise. O montante absoluto alocado à gestão de terceiros nos fundos flexíveis ultrapassa os 465 milhões de euros nas carteiras destes fundos de alocação.

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