2013 terminou com a consolidação da preferência “ações” por parte dos investidores

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louise@toronto1, Flickr, Creative Commons

O último mês de 2013 no que diz respeito aos dez fundos estrangeiros mais subscritos nas plataformas portuguesas demarca aquela que foi também a grande tendência da maioria dos meses do ano: a procura por ações. Desta forma, em dezembro, a busca por rentabilidade continuou a ser evidente, acompanhada de uma maior propensão dos investidores para o continente europeu. No entanto, à semelhança de outros meses, os rankings das plataformas continuam a ser “salpicados” por opções mais conservadoras.

Nas três plataformas de fundos o apetite por risco foi de facto notório, e a “moda” nas subscrições de fundos de ações parece ter vindo para ficar. A confirmar este facto, Rui Castro Pacheco, subdiretor de investimentos do Banco Best, refere que “em dezembro manteve-se a tendência de maiores subscrições em fundos de ações, com metade dos fundos do Top 10 a corresponder a fundos que investem neste tipo de ativos”. Dentro desta categoria, e em segundo lugar do ranking, aparece o Alken European Opportunities, um fundo “da boutique do Reino Unido, que gere exclusivamente ações europeias”, e que, segundo Rui Castro Pacheco, “continua a apresentar um excelente desempenho que motiva o seu sucesso comercial e, apesar de ter sido fechado a novas entidades, continua disponível para subscrição para todos os clientes do Banco Best”.  “Habitués” na lista continuam a ser o Schroder European Dividend Maximizer, que “tem como objetivo distribuir rendimentos de 2% ao trimestre (8% anual)” e o Franklin Biotechnology Discover Discovery, que “procura descobrir empresas do setor da biotecnologia que tenham potencial de descobrir e registar novas terapias que permitam obter ganhos significativos na sua faturação futura”.

A predominância das ações

A fechar os 5 fundos de ações que constituem a listagem, destacam-se “duas estratégias que  investem em ações europeias (com maior potencial de crescimento) geridas pela Franklin Templeton”, sendo que “uma é mais concentrada em pequenas capitalizações e outra em médias ou grandes empresas”.  Apesar da clara inclinação para as ações, o fundo mais subscrito na plataforma do Banco Best continua a ser o fundo de obrigações AXA World Funds Global High Yield Bonds E Capitalisation EUR hedged (95%), que Rui Castro Pacheco refere ser “tendencialmente de risco mais baixo”, investindo em dívida high yield.

Situação semelhante acontece também com o Banco BiG. Ainda que a lista dos mais subscritos seja encabeçada por um fundo misto (Invesco Pan European High Income Fund) que “reparte a sua alocação de activos fundamentalmente entre instrumentos de dívida e acções”, segundo Isabel Soares, gestora de produto da entidade, os investidores “parecem continuar a privilegiar fundos com maiores níveis de risco (e consequentemente maior potencial de rentabilidade)”. Prova disso é o facto de a lista dos produtos mais subscritos “voltar a ser dominada por fundos com estratégias focadas no segmento accionista”.

Do ActivoBank chegam também as estratégias mais arriscadas dos investidores. “Como seria de esperar os fundos das carteiras modelo dominam o top de subscrições, com os fundos das carteiras mais agressivas em destaque, conclui Guilherme Cardoso, da entidade. Em primeiro e segundo lugares dos mais subscritos aparecem precisamente dois fundos de ações – o UBS(LUX) SF EQUITY (EUR) N ACC e o SISF EURO EQUITY B – que confirmam o facto da “boa performance dos principais índices de países desenvolvidos no ano de 2013” estar a contribuir para “a continuação de inflows nos fundos de ações por contrapartida dos fundos de obrigações e de mercados emergentes”.

Risco, mas...

Apesar da inegável fase “destemida” vivida pelos investidores, nas listagens das entidades ainda figuram opções mais conservadoras. Exemplo disso acontece no Best, onde se pode encontrar um fundo gerido pela Jupiter, que Rui Castro Pacheco refere que tem “grande flexibilidade na gestão, a qual lhe permite investir em segmentos de dívida que têm permitido manter uma excelente performance e ainda distribuir dividendos trimestrais”.  Do top de fundos mais subscritos pela entidade fazem ainda parte dois fundos de obrigações geridos pela Nordea “especializados em nichos de mercado”, sendo um sectorial e outro regional. “O Euro Bank Debt investe apenas em dívida emitida por instituições financeiras, enquanto o Swedish Bond investe apenas em obrigações suecas e permite a exposição à moeda deste país (SEK) o que pode gerar ganhos adicionais sempre que a Coroa Sueca se valorizar contra o euro”, conclui o subdiretor de investimentos da entidade. Numa opção “intermédia”, o especialista realça também a presença do fundo misto Nordea Stable Return, que “procura em primeiro lugar a proteção do capital investido ao mesmo tempo que tenta capturar parte da performance dos mercados acionistas”.

De destacar são também as novidades no ranking do banco BiG, com enfoque para os fundos sectoriais Franklin Biotechnology Discovery Fund e Invesco Global Leisure. “O fundo de biotecnologia volta a fazer parte da lista de produtos mais procurados pelos clientes (à semelhança do que já tinha acontecido no mês de Outubro), enquanto que o fundo da Invesco (que investe principalmente em acções de empresas relacionadas com o sector do lazer em todo o mundo) marca a sua estreia no Top de fundos mais subscritos”, explica Isabel Soares.

 

TOP TEN DOS FUNDOS ESTRANGEIROS MAIS SUBSCRITOS  EM DEZEMBRO

 

 

ActivoBank

Banco Best

Banco BiG

1

UBS (Lux) SF Equity (EUR) N ACC

AXA World Funds Global High Yield Bonds E Capitalisation EUR hedged (95%)

Invesco Pan European High Income Fund

2

SISF Euro Equity B

Alken Fund European Opportunities-A

Franklin Biotechnology Discovery Fund

3

UBS (Lux) SF Growth (Eur) N ACC

Jupiter JGF Dynamic Bond Fund L Class Euro

Invesco Global Leisure

4

Fidelity Funds Greater China E

Schroder ISF European Dividend Maximiser B Dis

Threadneedle IF European Smaller Companies

5

UBS (Lux) SF Balanced (Eur) N ACC

Nordea-1 Stable Return Fund E EUR

 

Threadneedle IF Pan European Smaller Companies

6

Fidelity Funds United Kingdom A

Franklin Biotechnology Discovery N Acc $

Fidelity Funds-Iberia Fund

7

UBS (Lux) EF Mid Caps Europe (Eur) P ACC

Franklin European Small-Mid Cap Growth N Acc €

Santander Acções Portugal

8

Fidelity Funds European High Yield A

Nordea-1 Euro Bank Debt Fund E EUR

Pioneer Funds Multi Asset Real Return

9

Old Mutual European Best Ideas Fund

Franklin European Growth N Acc €

Pictet Global Megatrend

10

BGF Japan value (Eur Hedged) E2

Nordea-1 Swedish Bond Fund E SEK

JPMorgan Europe Equity Plus Fund