Voltou o receio sobre o Tapering. Mas será esse medo fundamentado?

00usa
Dmolsen, Flickr, Creative Commons

A especulação sobre quando vai ao ou não começar o programa de redução de estímulos por parte da Fed voltou a estar em discussão. No último Marketexpress do ING Investment Management pode ler-se que apesar de alguns indícios de que o tapering pode iniciar-se já no final de dezembro, os especialistas da entidade estão crentes de que o seu começo seja “algures no primeiro trimestre do próximo ano”, já que a reunião marcada para dezembro irá coincidir com as discussões sobre o orçamento americano.

No entanto, no documento, o ING Investment Management reconhece que as probabilidades de que o tapering se inicie em dezembro cresceram e, por isso, é “crucial ter em conta a questão do equilíbrio do risco e avaliar que consequências é que esta política vai ter em termos de mercado”.

Mercados emergentes menos “seguros” 

Acontecendo ainda este ano, ou já durante 2014, o ING destaca a importância de alguns factores que poderão ter influência nos mercados financeiros. Em primeiro lugar o documento recua no tempo e recorda que quando em maio o presidente da Fed discursou, as yields do tesouro a 10 anos ainda estavam a negociar muito abaixo dos 2%. Desde aí subiram entre 80 e 90 pontos base. “Parece justo dizer que o risco de um comparável crescimento tão acentuado em relação a um período de tempo tão curto é significativamente mais baixo do que em Maio ou Junho”, dizem, acrescentando que “os mercados se foram habituando ao longo do tempo ao conceito do tapering da Fed”.

A maior vulnerabilidade em relação ao tapering, para a entidade, está nos ativos dos mercados emergentes. Segundo a publicação as moedas destes países foram evoluindo em linha com as yields do tesouro americano, desde que se começou a falar de tapering, no final de maio. “Depois da reunião da Fed a 30 de outubro as yields do tesouro retomaram o seu crescimento, enquanto as moedas dos mercados emergentes enfraqueceram ainda mais”, diz a gestora. No entanto, no documento pode ler-se também que muitos dos problemas dos mercados emergentes estão relacionados com “razões estruturais”.

A entidade diz-se “confortável” em relação ao futuro e acredita que a consciência existente em relação ao tapering convence-os de que podem “segurar a onde de ativos de risco por agora, como sendo uma ampliação da recuperação global”.