Update do UBS European Opportunity Unconstrained: defender e atacar continua a ser chave

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Cedida

Desde a última vez que a Funds People Portugal falou com Jeremy Leung, deputy portfolio manager do fundo UBS European Opportunity Unconstrained, pouco mudou na maneira de abordar a gestão daquele que é um dos fundos estrela da UBS Global Asset Management.

Se em junho do ano passado, por altura do mundial de futebol, o profissional apelidava este produto de uma espécie de “jogador que joga como médio em campo”, atualmente a metáfora futebolística continua a fazer sentido. Tal como nessa altura, frisa a importância de balancear um portfólio para que se possa “atacar” e “defender”: “Não devemos nem ter uma alocação muito elevada a sectores cíclicos, nem a sectores defensivos”, refere, explicando que  pelo facto “das empresas farmacêuticas e as do sector da saúde serem tipicamente muito defensivas”, tentam “contrapô-las” com a exposição a outras empresas, como por exemplo as seguradoras, que “se movem melhor em momentos de subida do mercado”. Posto isto o sector farmacêutico e o  sector segurador continuam, por esta altura, a “pesar” aproximadamente 36% do portfólio.

Empresas com um foco na restruturação

A farmacêutica suíça Novartis continua a ocupar o lugar cimeiro na carteira do UBS European Opportunity Unconstrained, muito embora no ano passado a empresa tenha executado algumas mudanças, tais como cortes de despesa. “Geralmente gostamos de empresas que façam restruturações, porque isso provoca retornos. No caso dos cortes de despesas, consideramos que são importantes porque fazem com que as margens melhorem, o que acaba por se refletir nos lucros da empresa”, criando valor para os acionistas, diz.

Outro nome apontado neste “leque” das restruturações é a Aviva, pertencente ao sector segurador, e que também compõe o top 10 das maiores posições da carteira do fundo.  “No ano passado, a Aviva anunciou que ia comprar a empresa Friends Life, e desde há 2 anos que passa por um programa de restruturação”, referiu, lembrando que embora o mercado não tenha visto com bons olhos esta aquisição da Friends Life,  da equipa de gestão entendem que “a Aviva conseguiu provar que tem capacidade de cortar custos”.

Da composição das 10 maiores posições do fundo Jeremy Leung destaca portanto a diversidade de sectores, já que se podem encontrar empresas dos sectores de consumer staples, saúde, energia ou finanças. Sendo precisamente a energia um dos temas do momento por causa da queda dos preços do petróleo, o profissional fez algumas considerações sobre qual a postura que adotaram a este nível. “Continuamos a ter posições curtas em algumas empresas ligadas ao sector do petróleo, mas preferimos ter na carteira do fundo empresas como a Royal Dutch Shell, que acabam por ser bastante mais estáveis”, diz, assinalando a importância do pagamento de dividendos por parte de títulos como este.

Análise de 2014 e previsões para 2015

“Se tivéssemos uma postura com restrições neste fundo, os resultados não teriam sido tão favoráveis. Grande parte da performance do fundo foi proveniente da componente ‘unconstrained’ que apresenta, e não da restrição em determinados sectores ou empresas”, revelou o deputy portfolio manager acerca do ano que passou. Refere ainda que foi a partir das posições curtas que o fundo conseguiu grande parte dos resultados alcançados em 2014.

Nos primeiros dois meses de 2015 o fundo alcançou um retorno de 16.2% e Jeremy Leung entende que “se o QE funcionar e as bolsas europeias continuarem a apresentar resultados, com base na performance histórica, é provável que as posições curtas do fundo deem um contributo menor do que no ano passado, sendo as posições longas aquelas que mais poderão ajudar no comportamento do fundo”.