Unit linked e ETF: esta combinação funciona em banca privada?

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Unit linked e ETF: esta combinação funciona em banca privada? Essa foi a pergunta respondida pela Lombard International Assurance e pela BlackRock, numa conferência organizada em Madrid e à qual assistiram 45 representantes das entidades de banca privada, nacionais e internacionais. O objetivo do encontro foi analisar a importância de incorporar os ETF nos unit linked - seguros de vida em que o tomador assume o risco do investimento. Enrique Barroso, responsável da Lombard International Assurance para o mercado ibérico, assegurava que, no âmbito da banca privada, a sua inclusão fazia sentido.

Segundo explicava na conferência, “estes produtos são os mais indicados para clientes de banca privada que acreditam que têm um risco-país e que procuram diversificação, e também para clientes que estão a organizar a sua planificação sucessória e para aqueles que procuram alta proteção do seu património. Além disso, o seguro de vida está reconhecido na maioria dos países do mundo, com a proteção jurídica adicional que este implica”, afirma. Por outro lado, o responsável de Planificação Patrimonial da Lombard Internacional Assurance, Gonzalo García Pérez, começou por analisar as diferentes soluções técnicas que o Unit Linked pode oferecer nas suas diferentes modalidades e no contexto de investimento em ETFs.

“Concretamente, no modelo de unit linked de autogestão, a que nós chamamos de investimento dinâmico, onde o cliente tem a capacidade de tomar decisões de investimento que considere mais apropriadas, os investidores podem tirar proveito da eficiência de custos e da eficiência fiscal, da agilidade operacional, do imediatismo para entradas e saídas de mercados que fornecem ETFs e dos benefícios do formato dos unit linked, como é o caso da simplicidade da operação, da confidencialidade e da proteção de capital”, apontou.

Por último, os representantes da Lombard International Assurance explicaram como o produto unit linked se está a tornar numa opção clara dentro da oferta de veículos de planificação patrimonial no mercado, para clientes de banca privada, especialmente num contexto de elevada fragmentação e incerteza quanto à tributação de caráter patrimonial existente nas diferentes comunidades autónomas. “De facto, esta é uma tendência que se observa já em outras jurisdições europeias, nas quais o unit linked tem já uma presença preponderante como veículo de planificação sucessória, de poupança e de investimento”, concordaram.

E por parte da Blackrock?

A entidade acredita que a incorporação de ETFs em carteiras de unit linked faz sentido para clientes de banca privada, ao tratar-se de uma maneira eficiente e diversificada de expressar as suas ideias de investimento. “O uso de ETFs tem sido executado na gestão mandatada, mas sobretudo, e fundamentalmente, no investimento dinâmico, onde o próprio tomador do seguro tem capacidade de participar nas decisões de investimento, recorrendo ao ETF como uma ferramenta de asset allocation”, afirma Aitor Jauregui, responsável de desenvolvimento de negócio da Blackrock para Portugal, Espanha e Andorra.

Jauregui revela que, na gestora, estão convencidos de que “estamos perante mais um exemplo de desenvolvimento da indústria de ETFs, onde estes veículos já são parte fundamental dos veículos que se oferecem aos clientes de banca privada e que foram acompanhados pela diversidade nos usos e pelo aumento do período de permanência em carteira”.