Um verão quente aproxima-se, com a volatilidade a imperar

Com a situação na Grécia a aproximar-se de uma resolução, o que neste momento tende a tornar-se mais numa situação de ruptura, com consequências difíceis de imaginar para a Zona Euro, alguns outros temas prendem as atenções do mercado financeiro.

Desde o final do programa de compra de activos nos Estados Unidos muito se tem falado sobre a possibilidade da FED subir as suas taxas de juro. Com uma clara desaceleração económica no primeiro trimestre do ano, explicada em grande parte pelo mau tempo que assolou os Estados Unidos, os mais recentes dados revelam alguma melhoria mas não o suficiente para que se assista para já a uma subida de taxas. Com o FMI e o Banco Mundial a apontar o ínicio de 2016 como a altura mais favorável para dar ínicio a um novo ciclo de subida de taxas, a Fed tem que ponderar bem a sua decisão, ciente que irá provocar um aumento significativo da volatilidade, com consequências que vão muito para além das suas fronteiras.

A situação que se vive actualmente na Ucrânia pode a qualquer altura tornar-se num barril de pólvora, elevando as tensões entre a Rússia e o Ocidente a um nível desconhecido desde o fim da guerra fria. Com a Rússia a conquistar território na Ucrânia e Putin a anunciar o reforço do seu arsenal nuclear com a mobilização de mais 40 novos mísseis intercontinentais, os Estados Unidos respondem com a mobilização de armamento pesado e 5.000 soldados para vários países que já tiveram sob influência Soviética.

Esta corrida ao armamento e à contagem de "espingardas" é particularmente sensível para a economia Russa numa altura em que esta se debate com uma forte recessão, culpa da queda do preço do petróleo e das sanções ocidentais.

Destes "jogos de guerra" não podemos excluir a situação no Yemen, com maior destaque estes últimos dias, depois da morte do número dois da Al-Qaeda como consequência de um ataque realizado por drones Americanos. Trata-se do sexto homem mais importante na estrutura da Al-Qaeda que morre este ano às mãos de Americanos sendo, sem dúvida, o golpe mais severo depois da morte de Bin Laden em 2011.

Com a Arábia Saudita a bombardear o Yemen, com a perda de inúmeras vidas e danos irreparáveis a um valioso património cultural, o Yemen transformou-se num cenário de confrontos regionais que podem a qualquer altura ter repercussões na economia global.

Na Grécia, apesar de todo o ruído e da troca de acusações, estou crente num acordo, com necessidade de cedências de parte a parte até ao final do mês, momento em que vence a dívida ao FMI

Com as posições cada vez mais extremadas, Tsipras deve recorrer a um referendo interno para delegar no povo Grego a decisão, sendo certo que o programa de assistência está a terminar e se não houver acordo, o BCE irá deixar de financiar os bancos Gregos, com a data limite a ser dia 30 de junho.

(Foto: skubmic, Flickr, Creative Commons)