Trigémeo Japonês…

Este é o trigémeo Japonês de uma família de irmãos …. Franceses!

O Aygo resulta de um projecto comum com o universo PSA e é em tudo semelhante (excepção feita para o exterior) aos seus irmãos; Citroën C1 e Peugeot 108.

Para que não restassem quaisquer dúvidas sobre quem é quem, a Toyota fez questão de diferenciar o seu Aygo com um enorme ‘X’ que apanha toda a frente do carro.
Assim de repente, digam lá que que não faz lembrar as Tartarugas Ninja?

O misto de linhas angulosas com o contraste entre as linhas pretas e a cor escolhida, garantem-lhe um apropriado destaque estético no seu ambiente de eleição, a cidade. Dos três irmãos, é na minha opinião, aquele que tem o design mais marcante, mais jovem e mais consensual.

Esta versão ‘X-Wave’ que pude experimentar, apresenta alguns argumentos adicionais para conquistar o público a quem se destina, como é o caso de um tejadilho retráctil em lona, especialmente interessante para quem precise de transportar, por exemplo, uma prancha de surf… ou até mesmo, e porque não, uma tábua de passar a ferro?

Para além deste item exclusivo, este ‘mascarilha’ vem recheado de ‘goodies’, alguns dos quais ainda me surpreendem encontrar neste segmento, tais como: Ecrã táctil multifunções, volante em pele com comandos para rádio e telefone, ar condicionado, limitador de velocidade e até… pasme-se, câmara de estacionamento traseira! Nem se compreende a ausência de um sistema de start/stop…

Mas descansem, porque o preço deste quase ‘fully loaded’ nem chega aos 15.000€.

É possível até que consigam comprar um dos outros trigémeos por pouco menos, mas se olharem, por exemplo, para um congénere alemão como o VW up!, o esforço financeiro já será um pouco maior.

O interior, como não podia deixar de ser, alinha com a exuberância exterior e contamos com um painel de bordo parcialmente pintado na cor da carroçaria. A construção está em bom plano e apesar de contar só com plásticos rijos, a robustez de montagem evidenciou ausência de ‘barulhinhos’. A suspensão de afinação macia também contribui para isso mesmo, se bem que com direito a ‘efeitos secundários’, adornando em demasia se nos atrevemos a ‘excessos’ na hora de curvar.

A merecer um ‘menos’ na caderneta, está a posição de condução. A falta de regulação em profundidade do volante deixou-me sempre aquém do desejado; se estamos bem com o volante, as pernas ficam demasiado fletidas, se estamos bem com os pedais, ficamos com os braços demasiado esticados.

O único motor passível de escolha para o Aygo é um 3 cilindros 1.0VVTi a gasolina, capaz de debitar 69cv às 6.000rpm e um binário máximo de 95Nm às 4.300rpm. A potência é suficiente para locomover os 900kg de peso com alguma agilidade, mas vemo-nos obrigados a algum trabalho com a caixa de 5 velocidades, para o manter em ritmos vivos. Tratando-se de um motor atmosférico de pequena cilindrada, é naturalmente preguiçoso sempre que cai abaixo das 3.000rpm, algo que se torna particularmente evidente com o AC ligado.

Curiosamente, é a sonoridade deste ‘tri’ um dos seus pontos fortes, mostrando desinibidos dotes de tenor, incitando a uma condução com preferência por rotações mais altas…Gostei!

Apesar de disponível em carroçaria de 3 ou 5 portas, é comum a ambos o espaço ‘apertadinho’ para os passageiros do banco traseiro e uma mala de apenas 168 litros de capacidade. A juventude vê-se assim obrigada a viajar ‘leve’ de bagagem e apelar à boa-vontade do pessoal que viaja nos lugares de trás!

Mas ‘Tá-se bem….