“Temos de criar campeões no mercado”

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Nuno Coimbra

O montante gerido por operadores de capital de risco nacionais atingiu no final do ano passado cerca de 3,1 mil milhões de euros. Espera um aumento deste valor em 2013?

Não prevejo que exista uma alteração drástica. Acredito que possa existir um ligeiro crescimento, muito em linha com o ano transacto.

Já há uma menor concentração do valor investido num reduzido número de sociedades? Ou as cinco maiores continuam a representar cerca de 80% do montante gerido pelos FCR?

A concentração continua nas cinco maiores sociedades. Vamos ter um novo grupo de operadores a surgir o que não significa que haja uma menor concentração no curto prazo.

O que vai crescer mais? As Sociedades de Capital de Risco ou os Fundos de Capital de Risco?
Espero que cresçam as duas. Mas o primeiro impacto será certamente no crescimento das sociedades de capital de risco que irá, depois, fazer crescer o número de fundos sob gestão.

Temos mais ou menos empresas investidas em capital de risco face ao passado?

Há de facto mais, porque nasceram fundos com atividade muito especifica, como a revitalização e de recuperação. É natural que estes fundos façam com que o número de operações aumentem. Face à quantidade de capital que entrou no sector, eu diria que irá haver mais investimento em mais empresas.

Acha o Turnaround vai diminuir em breve?
Nos próximos dois a três anos ainda vamos ter valores altos de turnaround. Mas isso não é necessariamente mau. Os turnaround tem a vantagem de puxar para cima os bons e abandonar os maus, fazendo a típica  limpeza no mercado. Temos de criar campeões no mercado.

Qual é a tendência que espera na rotação de carteiras num futuro próximo?
Os desinvestimentos estão a aumentar, o que é perfeitamente natural face à maturidade de muitos dos fundos. Esta é a rotação de carteira que se espera..