Sobe e desce cambial mexe com investimentos das gestoras de patrimónios

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Victoria Boulanger, Flickr, Creative Commons

As sociedades gestoras de patrimónios em Portugal continuam a ter os seus investimentos denominados maioritariamente em euros. De acordo com os últimos dados revelados pela APFIPP, a aplicação de investimento feita na moeda europeia era no final de setembro de 51,8 mil milhões de euros, mais 0,6 mil milhões do que no final do segundo trimestre.

O grande aumento trimestral foi protagonizado pela libra inglesa, que logo atrás do dólar americano aparece em terceiro lugar nas carteiras das gestoras de patrimónios, com 0,26% de predominância.  Os investimentos feitos nesta moeda somavam os 123,8 milhões de euros no final de junho passado, tendo ascendido no final do terceiro trimestre a 135,4 milhões de euros.  Recordamos que no final de agosto já Mohi-uddin, especialista da UBS Global Asset Management, avisava que o Banco de Inglaterra não ia "aumentar as taxas de juro até que a taxa de desemprego caísse abaixo dos 7%”. De facto foi isso que aconteceu, e já nessa altura o responsável de estratégia de divisas da UBS em Singapura referia que a libra estava a ser sobrevalorizada.

Desvalorização do Real a influenciar

O dólar americano recuperou a predominância perdida no final do segundo trimestre de 2013, e avançou no investimento nas carteiras das sociedades gestoras de patrimónios portuguesas. Desta forma, estas entidades no final de setembro de 2013 tinham 561,5 milhões de euros do seu investimento feito na moeda americana.

As maiores quedas registaram-se nas aplicações feitas no Iéne Japonês  e no Real do Brasil. Neste último caso os investimentos das gestoras de patrimónios feitos em moeda brasileira passaram de 102,9 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, para 89,3 milhões no final de junho. O último trimestre confirmou a redução, que foi de 7,4 milhões de euros para uma soma de 81,9 milhões de euros aplicados nas carteiras de patrimónios. Recorde-se que a inflação no Brasil continua em alta, e que o crescimento económico tem sido lento. No final de agosto o comité de acompanhamento macroeconómico da ANBIMA afirmava mesmo que “a taxa de câmbio
 indicava um Real mais desvalorizado no
 final do ano”.

Montanha russa no Iéne

Os investimentos feitos na divisa japonesa registaram um significativo aumento do final do primeiro trimestre para o segundo, passando de 11,5 milhões de euros para 40,9 milhões no final de junho. Em Abril os especialistas do Deutsche Asset & Wealth Management já expectavam que as políticas económicas projetadas pelo primeiro-ministro do país estimulassem a economia através de três pilares: política monetária expansionista, política orçamental flexível e medidas de estímulo orçamental (que ficaram conhecidas como “Abenomics”).

No entanto, o terceiro trimestre deste ano trouxe uma redução nas aplicações feitas pelas gestoras de patrimónios na moeda japonesa, tendo esse investimento caído a pique para os 27,5 milhões de euros no final de setembro. A desvalorização do Iéne neste período poderá ter sido a causa da menor exposição à moeda por parte das entidades nacionais.