Sete ideias de alta convicção para os próximos doze meses

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Leo Reynolds, Flickr, Creative Commons

As ideias de alta convicção num contexto dominado pela incerteza, como o atual, podem ser uma boa ferramenta para a geração de alfa nos próximos meses, que estão carregados de desafios para o investidor. No relatório "CIO View" correspondente ao mês de agosto, da Deutsche AWM são explicadas as sete temáticas nas quais a gestora está a apostar para um horizonte de investimento médio de três a doze meses. De seguida pode consultar as sete ideias de forma detalhada.

Sector financeiro global

A entidade iniciou esta estratégia no passado dia 1 de julho, com um horizonte de três a doze meses. Este segmento comportou-se pior do que a média de mercado no último mês, em parte devido às preocupações por causa da Grécia. No entanto, da empresa comentam que ainda estão positivos no sector financeiro: “As valorizações continuam a ser atrativas, o índice MSCI AC World Financial negoceia com um desconto por PER de cerca de 20% relativamente ao MSCI AC World. É provável que este desconto se estreite ao longo do tempo, se a qualidade dos bancos continuar a melhorar”.

Ações indianas

O Deutsche AWM começou a investir em títulos indianos no passado dia 1 de maio, com um horizonte entre três e doze meses, embora com a possibilidade de que se alongue mais no tempo. Depois de alguns meses irregulares, as ações indianas começaram a aumentar em meados de junho e mantiveram essa tónica desde então, pelo que a estratégia está a gerar resultados positivos. “Os lucros recentes podem ter sido ajudados pela redistribuição de fundos dos investidores internacionais, procedentes de um mercado chinês trémulo”, comentam os especialistas sobre a parte macro. Em terreno doméstico destacam que “também existem provas de que se está a começar a gastar dinheiro em infraestruturas”. Adicionalmente, da entidade entendem que no médio prazo são elementos positivos “uma política monetária acomodatícia ou mais reformas”.

Mercado imobiliário alemão

Contrariamente a outros mercados europeus, o período de 2009-2014 tem sido o auge para o mercado imobiliário alemão. A Fed de Dallas publicou recentemente que este rally de subidas tem-se mantido ao longo do primeiro trimestre deste ano. “É provável que o apoio continuado dos preços venha da política monetária da Zona Euro, que provavelmente permanece demasiado expansiva para a economia alemã”, comentam. No entanto, apesar destas subidas, os especialistas descartam a possibilidade de que o mercado esteja a oferecer indícios de uma bolha especulativa, dado que “a dívida hipotecária alemã está a aumentar apenas de forma modesta”. Esta é a estratégia com uma "viagem" mais longa do Deutsche AWM: iniciou-se em abril, com um horizonte temporal de pelo menos 24 meses.

Ócio e tempos livres nos EUA

É uma das grandes temáticas dos últimos anos, que tem andado de mãos dadas com a recuperação económica do país. No entanto, desde que a estratégia se iniciou em abril, tem alcançado resultados negativos. Segundo os dados fornecidos pela gestora alemã, as vendas em bares e restaurantes nos EUA cederam cerca de 0,2% inter-mensalmente em junho, embora se tenham mantido cerca de 7,7% acima do nível registado há um ano. Por outro lado, as vendas de retalho também aumentaram 1,4%. A procura hoteleira e de viagens de avião tem-se mantido difusa entre médias, mas “à medida que o mercado laboral continue a melhorar, acelera-se o crescimento dos salários e sobem os preços das casas e da bolsa, e os gastos em ócio e entretenimento deverão aumentar até ao final do ano”, dizem os especialistas. Esta estratégia também apresenta um horizonte temporal de três a doze meses.

Dívida high yield

Esta ideia foi posta em prática no passado dia 24 de fevereiro, também com a intenção de poder ser explorada num  período entre três e doze meses. “Tanto o high yield dos EUA como o europeu sofreram no início de julho pelo aumento das preocupações em torno da Grécia e no mercado chinês. Existiram fluxos de saída do high yield dos EUA e a baixa liquidez no mercado europeu levou a fortes oscilações dos preços diários e a mudanças de sentimento” indicam da gestora, pelo que o balanço da estratégia nesta altura é negativo. No entanto argumentam que “estes sectores high yield se reforçarão depois dos sinais de progresso da Grécia”, razão pela qual continuam a estar positivos. Também se apoiam na expectativa de que a taxa  de incumprimento se mantenha baixa nos EUA “ao ter-se refinanciado muitos emissores dos vencimentos até 2017 e mais à frente”.

Consumo cíclico nos EUA

Ao contrário de outra temática norte-americana, esta ideia de alta convicção – iniciada a 19 de setembro de 2014 – está a conseguir resultados positivos. “Em geral o crescimento das vendas de retalho nos EUA tem sido relativamente modesto nos últimos meses com, por exemplo, um crescimento interanual de 1% em maio seguido de 1,4% em junho. Em parte isto ficou a dever-se à queda das vendas das gasolineiras devido aos preços inferiores da gasolina comparativamente com o ano passado. Mas algumas áreas de gasto no consumo cíclico têm continuado a comportar-se de forma positiva, incluindo as vendas de carros. Isto refletiu-se na resistência do S&P 500 Consumder Discretionary, que alcançou um máximo anual a meio de julho”, resumem os especialistas. Da entidade esperam que os gastos na área continuem a avançar graças à melhoria continuada do mercado laboral, ao aumento dos salários e ao aumento do poder de compra das famílias.

Cloud Computing

É a ideia mais veterana da lista, ao ter sido colocada em prática desde 26 de novembro de 2013. Apresenta um horizonte temporal estimado de três a doze meses, com a possibilidade de se prolongar mais tempo. Entre as aplicações que o termo engloba, na gestora têm em conta por exemplo o consumo orientado para os sistemas de armazenamento de música, embora também destaquem “a considerável atividade relacionada com aplicações de negócios, por exemplo a gestão e a realização de processos”. “A maior evolução das tecnologias de software para cloud computing oferecerá oportunidades, tanto no software analítico  - que permite às empresas tomar melhores decisões baseadas em dados – como em aplicações de segurança”, observam igualmente. “O cloud computing pode impulsionar o consumo de software em detrimento do consumo em serviços”, concluem do Deutsche AWM.