"Sell in May and go away "... não é assim tão boa ideia

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RuthArt, Flickr, Creative Commons

A máxima dos mercados financeiros do "Sell in May" é, na opinião do ING Investment Management, muito tentadora para os investidores no mês em vigor. Factores como os baixos retornos que as ações têm apresentado numa base anual, as preocupações crescentes com o conflito entre a Rússia e a Ucrânia e o lento desvanecer da economia chinesa são alguns dos motivos que na opinião da entidade levam os investidores a quererem vender as suas posições. 

No entanto, no parecer do ING IM, dado a conhecer no seu último Marketexpress, a gestora revela que não existem motivos para que se proceda de imediato ao cumprimento da famosa máxima financeira. 

Saídas já foram acontecendo 

Colocar os acontecimentos numa balança e ver a sua evolução. É isso que o ING Investment Management propõe. “Parece-nos justo referir que o posicionamento de saídas necessárias foi acontecendo ao longo de um extenso percurso”, dizem, acrescentado que isto foi visível “especialmente nos mercados de ações, com as ações globais a ficarem para trás perante outros ativos, como o imobiliário, o crédito e as commodities”. Referido é também que dentro dos mercados de ações, a performance dos sectores e das regiões registaram um forte padrão de outperformance em detrimento dos segmentos menos preferidos no início do ano. 

A base dos fundamentais a melhorar

Apesar de tudo, os especialistas da entidade consideram que a base de apoio e suporte aos ativos de maior risco parece estar no sítio certo. “Na verdade, a visibilidade dada à evolução do negócio global e dos ciclos de ganhos têm sempre vindo a aumentar”. Prova disso é o facto de no passado mês de março, o índice de negócio referente aos Estados Unidos, Alemanha, Japão e países periféricos europeus, ter alcançado o seu nível mais alto desde setembro de 2007. 

Para além disso, “os ganhos das empresas tanto no último trimestre de 2013, como no primeiro trimestre de 2014, continuam a apontar para o primeiro ano de crescimento de dois dígitos em todos os mercados desenvolvidos desde 2011”, indicam. 

Perante este cenário a entidade conclui que “os fundamentais se vão tornar um driver cada vez mais importante para os mercados”. Assim, “mais do que ‘sell in may and go away’ é prudente, sim, manter-se em linha com a alocação de ativos que temos vindo a preconizar. Continuamos a ter uma clara preferência por ações, enquanto nos mantemos em posições no imobiliário e na área de crédito”, concluem.