Saída limpa não quer dizer fim do ajustamento

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Jeremy Edmunds, Flickr, Creative Commons

“A decisão de Portugal de sair de forma limpa do programa de resgate e o seu regresso com sucesso aos mercados de capitais com ‘yields’ favoráveis reflecte a confiança dos investidores no progresso do país desde 2011”, assim inicia a Fitch a sua declaração sobre o mercado nacional.

As recentes recompras de dívida por parte do Estado português também entra nas contas da agência de rating. “Sem um programa cautelar, o risco de Portugal ser apanhado numa futura crise de volatilidade de mercado não pode ser totalmente descontado. Contudo, a almofada financeira diminui os riscos”, alerta.

A perspetiva para Portugal continua positiva o que poderá indiciar uma subida do rating nos próximos meses. “o progresso que o país fez na redução do défice orçamental, bem como a melhoria da economia, previsões de crescimento e condições de financiamento”, justifica a Fitch.

Défice em alta para o próximo ano

Também os valores do défice não foram descurados pela Fitch. Segundo as estimativas da entidade “Portugal vai continuar com um défice excessivo até 2015 (...) o que deverá ancorar a política orçamental e implicar um ajuste orçamental substancial no médio prazo”, explicam.

O problema do TC

O Tribunal Constitucional (TC) poderá continuar a ser um problema, avisa a Fitch. Apesar de Portugal ter assegurado as suas necessidades de financiamento até ao final do ano, “os possíveis choques provenientes de crises políticas ou decisões adversas do Tribunal Constitucional podem perturbar as condições de financiamento”, justificam os especialistas da Fitch.