Retrospetiva de dois anos: O ‘menino prodígio’ de cada gestora

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analogg, Flickr, Creative Commons

As gestoras nacionais, nos últimos dois anos, estivera sujeitas a diferentes eventos de mercado, que fizeram com que fosse necessária uma adaptação no modo de gerir os produtos que têm a seu cargo. Se por um lado a Fed levou a cabo o seu Quantitative Easing durante este período, na Europa foi-se discutindo qual a melhor forma de lidar com a questão da dívida soberana.

Posto isto, qual o fundo de cada gestora que melhores resultados apresentou nos últimos 730 dias?

A preponderância dos fundos de ações... e dos EUA

Segundo as informações da Morningstar Direct, com data de 28 de fevereiro, das duas dezenas de fundos mobiliários que a Montepio Gestão de Activos gere, no período analisado, o fundo de ações sectoriais Montepio Euro Telcos é o vencedor da casa, com 23,58% de retorno. Recorde-se que os fundos sectoriais, como é o caso do descrito, são uma das ‘bandeiras’ da entidade. Numa entrevista à Funds People, José António Gonçalves, administrador da entidade,  referia precisamente que esta aposta visa conferir aos participantes dos fundos “a possibilidade de um investimento mais temático”.

Nesta análise do ‘menino prodígio’ de cada entidade nos últimos dois anos, segue-se mais um fundo de ações, no caso o BPI América – Categoria D, fundo denominado em euros. O fundo líder de rentabilidades em 2014, gerido por José Caras-Altas Badalo, alcança nos últimos dois anos ganhos de 21,66%. À Funds People, na revista número 8 ainda em distribuição, o gestor confessava que o facto de não estarem próximos do universo de investimento do produto “não era encarado como uma desvantagem”, levando a equipa gestora a “seguir uma abordagem menos convencional na gestão da carteira”. Também a Caixagest ‘enverga’ como fundo vencedor no período, um fundo de ações cujo universo de investimento está para lá do Oceano Atlântico. O Caixagest Ações EUA, com um retorno de 20,73% nos últimos dois anos, "bate" os restantes fundos da entidade.

Quando se fala da Millennium Gestão de Activos e da Santander Asset Management, o cenário não é distinto. Destas duas casas os fundos que mais se destacam no período também investem na América. No caso da Millennium Gestão de Activos, o Millennium Acções América é a “coqueluche” da gestora, entregando ganhos de 20,47%, enquanto no caso do Santander AM, o “menino bonito” a 2 anos é o Santander Acções América, com um retorno ligeiramente abaixo, de 19,69%.

Dos dois fundos mobiliários que a Invest Gestão de Activos apresenta, nesta análise, o  “vencedor” destacado é o Invest AR PPR, com 19,09% de rentabilidade, um fundo que a Morningstar insere na categoria de alocação, e que apresenta cerca de 6,38 milhões de euros de ativos sob gestão. A GNB Gestão de Activos, por seu lado, volta a testemunhar a consistência da América do Norte e, também no caso da gestora, o fundo mais rentável no período é o NB Ações América, com 17,67% de ganhos.

A única gestora que coloca nesta análise um fundo de obrigações, é a Banif Gestão de Activos, cujo “menino prodígio”, no período analisado, é o Banif Gestão Passiva, com 17,17% de retorno, tendo sido este produto recentemente prorrogado por mais dois anos. A Popular Gestão de Activos, por seu lado, nos últimos dois anos apresenta o Popular Acções como “estrela” da casa.  O fundo de ações da gestora consegue entregar 14,11% de retorno no período.

Das restantes gestoras os fundos  vencedores são o Optimize Cap Ref PPR Acções, com 12,09% de retorno, da Optmize Investment Partners, o BBVA Bolsa Euro, da BBVA Gest, com 9,36% de ganhos, o CA Flexível da CA Gest, com 9,35% de retorno, o Patris Ações Europa, da Patris Gestão de Activos, com ganhos de 7,73%, o MNF Valor, da MNF Gestão de Activos, com um retorno de 6,84%. No caso do Barclays, o fundo “estrela” no período é o Barclays FPA, com 6,83% de retorno. Por fim, da Dunas Capital, o “menino prodígio” a 2 anos é o Dunas Banco Bic Investimentos com 4,49% de retorno.