Recuperação em fevereiro nos mercados emergentes

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No Market Update, Mark Mobius, Executive Chairman da Templeton Emerging Markets Group, pertencente à Franklin Templeton Investments, mostra o que aconteceu nos mercados no segundo mês do ano.

Durante o mês de fevereiro, os mercados acionistas em todo o mundo tiveram uma recuperação sólida depois da queda no primeiro mês do ano. Os dados apresentados pelos EUA em relação ao seu crescimento levou à especulação que a FED poderia diminuir o ritmo do programa Quantitive Easing, o que levou a uma recuperação nos preços das ações”. Já a maioria das moedas dos mercados emergentes também ficaram mais forte durante o mês de fevereiro, “dando um maior apoio às suas performances”, explica o especialista.

O índice MSCI Emerging Markets teve um retorno de 3,3% enquanto o MSCI World registou uma valorização de 5,1%, analisando os dados em dólares”, diz Mark Mobius. Sobre os emergentes que mais se destacaram, aparece o mercado asiático liderado pela Indonésia e pelas Filipinas. “A Indonésia devido aos dados das exportações e o aumento das reservas cambiais que fizeram crescer o interesse estrangeiro elevando os preços das ações e da sua moeda; Nas Filipinas o aumento foi impulsionado pelos ganhos das empresas que apresentaram resultados acima do esperado”, explica.

Fora da zona asiática, o maior destaque vai para a Argentina, Grécia e Polónia que tiveram crescimentos, em dólares, acima dos 10%. Já Hungria, México e Rússia tiveram os piores desempenhos, com declínios em fevereiro de dois dígitos. “As preocupações com a grande exposição do maior banco comercial da Hungria, OPT Bank, à Ucrânia pesaram muito no mercado magiar. Já no México foram os preços das ações que corrigiram com os dados decepcionantes do crescimento económico”, explica Mobius.

Mudanças nos BRIC

No relatório, Mark Mobius fez uma atualização dos emergentes, nomeadamente em relação aos BRIC.

No Brasil o crescimento superou as expectativas em 0,7% no último trimestre do ano passado, evitando a recessão técnica. A expansão no sector dos serviços e a agricultura foram os principais drivers de crescimento do país. O Banco Central aumentou a sua taxa de juro de referência para os 10,25% e a inflação situou-se, em janeiro, nos 5,6%”.

Já na Rússia a economia cresceu 1,3% em 2013, face ao ano anterior, sendo o aumento mais lento desde 2009. Este crescimento mais moderado pode ser explicado pela “fraca procura global pelo petróleo, gás natural e metais”, afirma Mobius. O Banco Central da Rússia deixou a sua principal taxa de juros de empréstimos inalterada em 5,5% em fevereiro. A inflação ficou fora do limite pretendido (5%-6%), tendo atingido em janeiro 6,1%.

Em relação à Índia, a sua economia cresceu 4,7% nos últimos três meses do ano passado, sendo mais lenta que no trimestre anterior que se fixou em 4,8%. “Este abrandamento aconteceu devido à produção industrial que decaiu 1,9%. A inflação foi de 8,8%, devido a uma queda no preços dos alimentos.

Para melhorar as relações comerciais e económicas, o ministro dos negócios estrangeiros visitou países como Marrocos, Tunísia e Sudão”, diz o especialista.

As novas encomendas e a produção a decair levaram à atividade de manufaturação na China a caírem para o mínimos dos últimos sete meses. A inflação manteve-se estável, com o índice de preços do consumidor a crescer 2,5% face ao ano anterior, sendo que em relação ao mês anterior se manteve inalterada”, conclui Mark Mobius.