Recuperação dos ativos sob gestão no primeiro trimestre

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Mark J P, Flickr, Creative Commons

No relatório agora publicado pelo departamento de research da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), denominado de Risk Outlook, os primeiros meses do ano trouxeram uma recuperação dos ativos sob gestão tanto nos ‘Individual Portfolio Management’ como no ‘Collective Investment’. No primeiro caso o aumento foi de 5% desde de dezembro do ano passado e no segundo caso o incremento atingiu 9,5%. Já nos fundos de investimento alternativo a queda foi de 3,5% enquanto nos fundos imobiliários a descida foi de 2,1%, mesmo com os preços mais altos do imobiliário.

Com a exceção dos fundos flexíveis a evolução do Collective Investment schemes in Transferable Securities (CIS in TS) por tipo de fundo tem revelado uma tendência ascendente no que toca aos ativos sob gestão, como se pode ver no gráfico em baixo. Nesta rubrica são os fundos de ações que lideram com um aumento de 16,8%.

Collective Investment em Portugal por tipo de fundo e investimento private equity (€ Biliões)

Fonte: CMVM

 

O documento evidência ainda a dinâmica das subscrições e dos resgates. Nos primeiros três meses de 2015 este balanço tem sido positivo para os Certificados de Aforro e para os Certificados do Tesouro. No entanto, o regulador espera um resfriamento na procura destes ativos no resto do ano, já que apresentam retornos menos atrativos.

Existem também uma polaridade entre os fundos mais defensivos e os mais arriscados. Esta “fuga para a qualidade”, como é denominada, é explicada pela redução dos fluxos nos fundos de ações com o aumento nos fundos de mercado monetário e de tesouraria.

Aumento desde 2012

Desde 2012 que “tem havido um aumento constante na procura de fundos de investimento, decorrente de entradas liquidas positivas” em produtos mais seguros e com maior risco. No primeiro caso, o aumento surgiu até meados de 2013 com os fundos de mercado monetário e de tesouraria a dominarem. Após essa data houve uma maior procura pelos produtos mais arriscados com a saída de fundos mais defensivos a ser o contrapeso.

Para a CMVM os “desenvolvimentos recentes sugerem que a confiança dos investidores está de volta, no sentido da recuperação. Pode ainda ler-se que os investidores de fundos estão mais dispostos a investir em categorias mais arriscadas”.

‘Caso BES’ sem fuga para o exterior

O relatório menciona, ainda, a liquidação do Banco Espírito Santo que marcou o ano passado. Para o regulador e no “que diz respeito às empresas de Asset Management ligados ao BES, a perda de investidores era inevitável, mas não há nenhuma evidência relevante de fuga para o exterior. O cenário mais provável foi aquele que acabou por acontecer com os ativos a serem canalizadas para instrumentos de investimento de bancos concorrentes”.