‘Re’X’uffle’…

A fórmula ‘baralha e volta a dar’, voltou, com sucesso, a ser aplicada à família ‘500 da Fiat.

Depois da variante ‘L’ estreada em 2014, seguiu-se a versão L Trekking’, mais adepta do todo-terreno ‘light’, a versão ‘L Living’ com espaço extra para 7 ocupantes e agora, mais recentemente, na versão ensaiada…. a ‘X’!

Costuma dizer-se ‘X marks the spot’ e aqui, é legítimo afirmar que tirando uma traseira com um ar um bocadinho pesadote, a Fiat acertou num desenho muito consensual, conforme pude comprovar pela reacção bastante positiva que esta nova variante desperta no público.

A cor branca enfatiza-lhe a sensação de tamanho e, em relação ao seu irmão 500, tirando uma frente com ares de família, qualquer semelhança é pura coincidência.

No interior, no entanto, parece-me que o ‘X’ não foi capaz de fazer uma transição tão feliz em termos de qualidade, pois nota-se rapidamente que não houve lugar a um cuidado tão grande na escolha de materiais. Ainda assim, a construção é robusta e não há ruídos de maior. Nem mesmo quando puxamos pela estrutura para tirar umas fotos…. em 3 rodas!

Espaço generoso nos lugares da frente, mediano nos lugares traseiros - ‘apertado’ se viajarem 3 – e uma bagageira + fundo falso com 350litros… não impressiona nem desilude, apenas cumpre.

A posição de condução é boa e fácil de obter, graças à generosa amplitude das regulações do banco do condutor e ajustes do volante. Este último, adere à moda do fundo plano e pedia-se uma maior contenção na sua dimensão (e já agora no número de botões).

A visibilidade é excelente e beneficiamos ainda de uma altura extra a qual, estou certo, agradará a pessoas de estatura mais baixa.

A instrumentação, não sendo do meu particular agrado em termos de disposição, é completíssima não lhe faltando pormenores curiosos como; capacidade de tracção de cada roda quando funcionamos no modo ‘Traction+’ (apenas em modelos 4x2 Cross) ou os ‘g’ de aceleração lateral e longitudinal quando optamos pelo modo ‘Sport’.

Existe ainda o modo ‘Normal’, no qual contamos com dados ‘trip A/B’ que vão desde autonomia, consumos médios/instantâneos e distâncias percorridas.

Nesta unidade que tive a oportunidade de ensaiar, estava disponível também um sistema de navegação fornecido pela TomTom, operável via ecrã táctil de 5 polegadas cujo funcionamento encontrei pouco satisfatório por ser demasiado lento e, por vezes, com vontade própria.

O motor presente neste ‘X’ é o já conhecido 1.6 Multijet com 120cv. Para além de me surpreender pela suavidade e força que disponibiliza, torna quase redundante a escolha pelo 2.0Multijet de 140cv (+ 5.000€), a não ser que a opção pela tracção integral seja uma necessidade absoluta.

A contar com um binário máximo de 320Nm (um dos líderes da classe) disponível logo às 1.750rpm, o 500X apresenta uma desenvoltura na locomoção que rapidamente nos faz esquecer que estão apenas 1.600cc debaixo do capô. A parte melhor é que nem mesmo essa vivacidade mancha os consumos, pois mantêm-se em registos quase sempre modestos.

Umas centenas de quilómetros em Auto-Estrada consolidaram a idéia de uma boa insonorização e de um respeitável conforto geral.

A condução do X processa-se de forma bastante agradável, evidenciando uma suavidade geral dos comandos. Criticas a apontar ao tacto menos agradável da caixa de velocidades, sobretudo pelo tamanho exagerado do manípulo (provavelmente, da autoria do responsável pelo volante).

O preço da unidade ensaiada, atulhada de equipamento extra, alinha um pouco por cima da concorrência, ultrapassando ligeiramente os 27.000€. No entanto, a avaliar pelo sucesso de vendas da família ‘500’, não creio que o preço constitua qualquer tipo de restrição.