Que classes de ativos terão melhores rentabilidades este verão?

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Yuri Bittar, Flickr, Creative Commons

Mesmo que os mercados sejam, provavelmente, a última coisa que pensam as pessoas enquanto se preparam para as férias, a volatilidade que mostraram no ano passado sugere que proteger as carteiras de investimentos no verão pode ser tão sensato como lembrar de colocar o protetor solar na mala de viagem. A Fidelity Solutions, a equipa de investimento de multiativos da Fidelity nternational, analisou o comportamento das diferentes classes de ativos durante o período de verão, desde o ano 2000 e chegou à conclusão de que há grandes diferenças de um ano para o outro.

A inesperada desvalorização do yuan no ano passado desencadeou uma onda de volatilidade em todo o mundo, em virtude dos receios de que a China tinha desvalorizado a sua moeda para lutar contra a desaceleração do seu crescimento. Este facto fez com que as ações da região Ásia-Pacífico e emergentes tenham sido as piores classes de ativos durante o verão de 2015, chegando a perder 15%. No entanto, se recuarmos um ano, para 2014, vemos que as bolsas dessas regiões encabeçaram a lista das que mais ganharam durante o período, com avanços de 4%. Prever qual a classe de ativos que se comportará melhor durante este período pode ser complicado. Então, que deverão fazer os investidores?

Nick Peters, gestor de fundos da Fidelity Solutions, sublinha que se analisarmos a diversidade que mostram as rentabilidades das diferentes classes de ativos, vemos que podem haver grandes oscilações. A diferença média entre a melhor e a pior classe de ativos desde 2000 é de 13%, e o maior spread deu-se em 2008, quando as matérias primas perderam 18% e a dívida dos mercados emergentes avançou 2%. “Tudo isto demonstra a importância de diversificar entre as diferentes classes de ativos. Do mesmo modo que uma pessoa não vai de férias e põe somente o fato de banho na mala de vagem, convém preparar as carteiras de investimento para diferentes cenários.

“Diversificar em várias classes de ativos é importante e, para os que necessitam de ajuda, os fundos multi-ativos podem ser uma boa opção. O trabalho dos especialistas que gerem estes produtos consiste em determinar que ativos poderão ser os que melhor comportamento mostram nos diferentes contextos de mercado”. Deste modo, em que estará concentrada a equipa da Fidelity durante o verão? Peters assinala três factores chave que podem influenciar a evolução das diferentes classes de ativos:

A contradição entre os mercados de obrigações e ações

“Mesmo que as rentabilidades das obrigações tenham caído para níveis record, pondo assim em relevo a procura pela segurança entre os investidores, o S&P 500 está em máximos históricos”, assinala. “É possível que as rentabilidades das obrigações estejam tão baixas que os investidores considerem que as rentabilidades dos dividendos sejam mais atrativas em comparação com os riscos das obrigações. Estaremos atentos a uma mudança de atitude na dívida pública de elevada qualidade”.

Os dados económicos chineses

“Continuam a ser cruciais para avaliar como estão as autoridades a gerir a transição da sua economia. O aumento dos preços das matérias primas deverá reduzir a deflação dos preços na produção e dar um empurrão ao sector industrial do país. A China deverá estar tranquila por agora, mas poderá reativar a volatilidade dos mercados, especialmente depois da sua divisa se ter depreciado contra o dólar nos últimos meses”.

Perspectivas de inflação

“Mesmo sendo improvável que a Reserva Federal suba as taxas em julho, se a inflação disparar durante os próximos meses, reavivará o debate sobre a política monetária nos EUA. Isto pode apanhar desprevenidos os mercados, que estão a descontar apenas uma subida de taxas até ao final do ano”.