Quais os investidores mais otimistas e pessimistas?

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wooden spoon, Flickr, Creative Commons

O Franklin Templeton’s 2015 Global Investor Sentiment Survey (GISS), mais uma vez, volta a revelar algumas conclusões interessantes sobre quais as crenças e mal-entendidos que os investidores – tanto de mercados emergentes, como desenvolvidos – trazem consigo.

Uma das primeiras tendências denotadas tem a ver com a preferência pelo investimento estrangeiro. Num post recente que Mark Mobius publica no seu blog, onde o guru fala precisamente dos resultados, escreve que nesta edição “os investidores residentes nos mercados emergentes e também os que têm entre 25 e 34 anos (tanto de mercados desenvolvidos como de mercados emergentes) têm mostrado um elevado apetite pelo investimento estrangeiro”, diz. Para além disso “quase sete em dez  dos investidores questionados esperam que os melhores retornos nas ações aconteçam nos investimentos que são feitos fora do seu próprio país”.

Norte-americanos e canadianos: os mais confiantes

No continente americano, a maioria dos investidores nos Estados Unidos e no Canadá mostraram-se otimistas sobre os próprios mercados locais. No total, 64% dos inquiridos referentes a estes dois países esperam que os mercados de ações  domésticos cresçam durante este ano. Outra perspetiva é demonstrada pelos investidores questionados na América Latina, onde apenas 46% espera que o seu mercado doméstico cresça no presente ano. A este nível os brasileiros mostraram-se um povo pouco otimista, o que, poderá estar relacionado com o atual estado da economia do país. Olhando para os países em termos individuais, o Brasil foi onde se verificou uma mudança mais radical, de um ano para outro, ao nível do sentimento dos investidores. A confiança dos investidores canarinhos no seu próprio mercado caiu 19% face ao estudo do ano passado. 

Na Ásia, por seu lado, apenas metade dos investidores questionados estão confiantes na boa performance do seu mercado de ações doméstico. Da China chega mesmo uma das maiores quedas ao nível do sentimento de confiança quanto ao mercado de capitais, indicador que caiu 12% face questionário de 2014.

Preocupações distintas

A partir destes dados, Mark Mobius salienta algumas conclusões. Na opinião do guru da Franklin Templeton Investments os investidores que estão nos mercados emergentes “são duas vezes mais propensos a estarem preocupados com a inflação”, e também demonstram ter o dobro da probabilidade de se virem a preocupar em relação sobre à subida das taxas de juro. Contrariamente, no universo dos investidores dos mercados desenvolvidos é duplamente mais provável que estes estejam mais preocupados com a situação fiscal  na zona euro.

Olhando para o longo prazo: Ásia emergente

Outro inquérito adicional – que Mark Mobius assinala como interessante – demonstra que os investidores estão confiantes de que as melhores oportunidades nas ações estão na Ásia, em primeiro lugar, seguindo-se os Estados Unidos e o Canadá.  Já no longo prazo (num período de 10 anos) é a Ásia que supera qualquer outro dos mercados, em termos de preferências.

Consonante com a opinião dos investidores inquiridos, o profissional refere que “os mercados emergentes, e em especial a Ásia, surge no seio da equipa de investimentos como posições a manter, por causa do seu potencial de longo prazo”.