QE em ação, euro a cair e dólar a subir: eis o destaque da semana

Com a entrada em vigor do QE por parte do BCE, a dívida pública bate mínimos históricos com a grande excpeção a ir para a Grécia. O impasse no acordo com o Eurogrupo leva a pensar que os seus dias na Zona Euro estão contados.

O mercado está cada vez mais convicto que a Grécia poderá abandonar a Zona Euro, especialmente depois de Draghi ter afirmado que os leilões do BCE protegem os países membros do perigo do contágio da Grécia. Até Paris, que assumiu um papel importante quando a Grécia pediu menos austeridade, afirma pela voz do seu ministro das Finanças que o país está a ficar sem tempo, sem dinheiro e sem amigos.

O Euro continua em queda livre, reflectindo o estado em que se encontra a economia Europeia, em claro contrate com a economia Americana que parece com grande fulgor. A entrada em acção do QE cumpre assim muito rapidamente um dos seus principais objectivos, a desvalorização do Euro. Teoricamente, vai permitir um aumento das exportações e um aumento do preço das importações, que pode levar a uma subida nos preços e deixar de lado a ameaça de deflação que paira sobre a Zona Euro. No entanto, para já somente a descida do Euro aconteceu, o impacto nas exportações e nas importações ainda está por acontecer.

A Produção Industrial da Zona Euro em Janeiro sugere que a industria Europeia teve um arranque de 2015 débil, não reflectindo ainda o empurrão dado pela fraqueza da moeda única e pela descida do preço do petróleo. A descida de 0,1% é a primeira desde agosto e abaixo das expectativas dos analistas.

Valorização do dólar e impacto nos emergentes

O dólar Americano parece ter voltado aos idos anos 90, brilhando como moeda forte com a sua tendência de subida a ter impacto um pouco por todo o mundo. Apesar da valorização contra o euro espelhar uma subida de 33% desde maio de 2014, o verdadeiro problema reside nos mercados emergentes

Durante muitos anos, o Brasil, a África do Sul e a Turquia entre outros, financiaram-se em divisas que não as suas. Elegeram para isso moedas muito utilizadas no mercado internacional e na recorreram supostamente à mais segura de todas: o dólar.

O que foi encarado como uma solução torna-se agora num problema com a forte subida da cotação do dólar a tornar-se numa factura muito pesada no pagamento da dívida desses países. Terem grandes reservas em dólares ajuda, mas durante quanto tempo podem as reservas em moeda estrangeira permitir aos países emergentes escaparem deste problema?

(Imagem: Rockcohen, Flickr, Creative Commons)