“Procuramos sustentabilidade, retornos consistentes acima do mercado e baixa volatilidade”

O Schroders ISF European Special Situacions apresenta uma rendidilidade, desde o inicio do ano e até 31 de Agosto, de 17,2%. A um ano esta ascende aos 19%. O fundo tem 1482,03 milhões de euros de activos sob gestão. A Morningstar atribui-lhe um rating qualitativo 'silver'. A 30 de Setembro, as cinco maiores posições eram BNP Paribas (3,03%), Sanofi (2,96%), Novartis (2,89%), Bureau Veritas (2,74%), SAP AG (2,72%).

Como descreve a filosofia e processo de investimento utilizado?

Tentamos guiar a nossa 'performance' filtrando o mercado e decidindo que empresas consideramos que podem crescer e gerar retornos elevados e aquelas que não. Depois asseguramo-nos que não pagamos em excesso pelas posições escolhidas. Acima de tudo, julgo que este processo pode levar-nos a estar certos mais vezes do que errados. Isto difere de um processo baseado ao nível das empresas, uma vez que nós baeamo-nos mais ao nível do mercado ('stock level').

O que procuram no mercado?

Num nível de empresas, o nosso foco vai para empresas com crescimento estruturais que possuem preços acima de média. Isto é um factor determinante na 'performance' a longo prazo de qualquer empresa. No entanto, de forma a dar consistência à nossa rendibilidade, também investimos em mercados mais ciclicos, modelos de negócio mais arriscados sempre no âmbito de negócios de elevada qualidade.

As visitas às empresas têm um papel importante na selecção dos activos?

Para mim, conhecer a administração é um ponto crucial. Quero aprender quais são as linhas condutoras do negócio a partir dos intervenientes directos do mesmo. Também, a cultura da empresa é um dos pontos chave intangíveis, pois pode significar sucesso ou fracasso e vulgarmente essa cultura vem de baixo para cima. Em suma, compreender a equipa de gestão de uma empresa é vital para ganhar convicção na nossa ideia de investimento na mesma.

Como controla o risco no fundo?

O risco é uma das palavras que ouvimos diariamente neste negócio. Mas o seu significado é subjectivo e necessidade de ser especificado no contexto. Nós oferecemos um fundo de acções europeias numa perspectiva de longo prazo. Se o investidor não quiser exposição ao mercado accionista europeu, então não vai escolher o Schroder ISF European Special Situations. Eu sei que isto é obvio, no entanto vejo o risco desta forma. O risco para os meus investidores é que eu obtenha (drasticamenteu) uma pior 'performance' do que o mercado europeu e para o grupo de competidores é que essa situação se verifique por um longo período. Este risco tentamos arduamente controlar. Apesar disso, tentamos gerar um 'alpha' através do investimento nas empresas certas, tentando controlar a volatilidade dos nossos retornos face ao 'benchmark' através da diversificação. O mercado tende a dar-nos diferentes sabores ao longo do tempo: valor ou crescimento; defensivo ou ciclico; mercados emergentes ou mercados maduros; grande ou pequena capitalização; ou, mais simples nos últimos anos, risco ou não risco. Em vez de tentar predizer o futuro dos mercados, olhamos para oportunidades em todas estas áreas, de forma a que, se “um sabor” conquista tudo por um tempo, pelo menos vamos ter alguma exposição a ele. Isso, esperamos, dá ao nosso stock picking fôlego suficiente para se tornar o principal motor do nosso desempenho. Dito isto, a nossa tendência para as empresas de maior qualidade com unidades estruturais de crescimento sempre estará presente. Eu acho que é um crime menor ter um desempenho inferior a um mercado crescente do que num em queda, uma vez que o maior risco para a maioria dos investidores é a perda de capital. A segurança vem em primeiro lugar.

Porquê investir neste fundo?

Uma selecção de activos de excelência, uma exposição a cadeias de empresas globais e líderes de mercado, diversificadas linhas condutoras da 'performance', baixa volatilidade, consistente 'track record', a mais-valia da experiência de investimento (tanto da equipa de gestão como da própria gestora).

O que espera para os mercados accionistas europeus e como se posiciona o fundo relativamente a isto?

Um ponto positivo em relação aos mercados accionistas europeus é que estão baratos relativamente a outros mercados regionais, ao mercado de dívida e numa perspectiva histórica. Provavelmente o elemento mais determinante numa lógica de retorno a longo prazo num investimento em acções é o momento em que se entra no mercado. Por isso, vivemos um dos melhores momentos na história para entrar neste mercado. Isto não é o caso de todos os mercados de acções, mas é o caso da Europa. Porém, ainda há problemas e não é garantido de que estamos perto do fundo em termos de sentimento e ganhos. Diante destes factos, e sabendo que a direcção de curto prazo do mercado provavelmente paira sobre mercados regionais, bem como sobre a política monetária global mais do que qualquer outra coisa, mantemos uma abordagem muito medida.