Pioneer Investments: uma gestora especializada em ações ou em obrigações?

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azem, Flickr, Creative Commons

A Pioneer Investments é uma gestora de ações ou de obrigações? Embora a julgar pela forma como se dividem os mais de 200.000 milhões de euros que a gestora mantém atualmente atualmente em ativos sob gestão (60% em obrigações, 19% em ações e 19% em fundos mistos) possa parecer que as obrigações são a especialidade da entidade, os prémios e o reconhecimento recebido pela gestora ao longo dos últimos anos, parecem demonstrar que a entidade não só conseguiu posicionar-se como uma entidade de obrigações mas também como uma empresa que se tem destacado ao nível das ações. Não é preciso ir mais longe: durante o ano passado a Pioneer Investments converteu-se na única gestora que recebeu mais do que um prémio Morningstar dentro das categorias de fundos de investimento. Os dois produtos que receberam o reconhecimento da empresa de análise foram um de ações europeias gerido por Fabio de Giasante e outro de obrigações sob a tutela de Tanguy Le Saout e Cosimo Marasciulo.

Os flag ships da gestora

O primeiro dos profissionais gere o Pioneer Funds – Euroland Equity, um fundo que investe em grandes capitalizadas europeias, cuja filosofia de investimento está a meio caminho entre as empresas valor e as empresas crescimento. Di Giasante tem uma equipa de analistas focados na equipa de análise fundamental de ações europeias. Estão organizados pelo seu sector de especialização. A análise de investimento é uma atividade à parte dentro da gestão da carteira. Os analistas estão especializados por sector, enquanto que os gestores de fundos da Pioneer estão especializados por produto. Neste sentido, a gestora reconhece a importância de uma equipa de compra (buy-side) independente.

Segundo explica o especialista, o sector de especialização de cada analista permite-lhes desenvolver um conhecimento profundo do seu sector e construir relações duradouras ao longo do tempo, com as empresas que seguem. “Compreender a força relativa das empresas dentro de um sector é crítico na altura de selecionar aqueles títulos que acreditamos que vão oferecer rentabilidades superiores a longo prazo”, explica. Os analistas fazem as suas recomendações tendo por base as melhores oportunidades de investimento que encontram dentro do seu sector.  O resultado final do processo de análise, recomendações de compra e venda, são utilizados pelos gestores de carteiras.

Os gestores de carteiras trabalham estreitamente com os analistas, fomentando uma cultura de partilha de ideias. “A estratégia do fundo continua a estar altamente enfocada na seleção de empresas. Acreditamos que um processo de seleção de valores bottom-up e enfocado na análise, é vital para uma rentabilidade ajustada ao risco consistente. Enquanto que os preços das ações podem ser voláteis no curto prazo, a evolução do preço por ação de uma empresa a longo prazo está marcada definitivamente pelos fundamentais subjacentes das mesmas”. Na verdade, a seleção de títulos foi – segundo Di Gisante – o factor chave da rentabilidade do fundo no ano passado.

O fundo investe com o objetivo de alcançar metas a longo prazo, mas também para captar as oportunidades a curto prazo. As posições ‘core’ são empresas de qualidade, com valorizações atrativas e com um forte potencial de crescimento. “Uma vez estabelecido o elemento ‘core’, o nosso processo de investimento único dá-nos margem para assumir posições táticas a curto prazo, aproveitando as oportunidades de investimento, bem como as tendências momentâneas de mercado, ou uma oportunidade geográfica, oferecendo ao investidor acesso ao melhor de todos os mundos. Para além disso, gerimos uma carteira concentrada, com cerca de 35-40 títulos, composta pelas nossas ideias de investimento mais sólidas. Cada posição tem como mínimo cerca de 1% de sobreponderação face ao índice, o que coloca em evidência a plena e genuína convicção sobre a aposta do gestor”.

Tanguy Le Saout é o diretor de obrigações europeias da Pioneer Investments e responsável pelo Pioneer Euro Aggregate Bond, o segundo fundo da gestora italiana reconhecido pela Morningstar. É um fundo de obrigações europeias que investe em dívida soberana e corporativa, como categoria de investimento. Pode investir em dívida de alta qualidade europeia, tanto de empresas como soberana. O fundo conta com uma gestão ativa mediante as múltiplas estratégias de alfa. O processo de investimento do fundo utiliza uma cobertura de retorno absoluto para gerar alfa e, posto isto, os gestores estão constantemente a avaliar oportunidades de investimento em distintos segmentos de mercado de obrigações, com grau de investimento.

O conhecimento que o mercado tem acerca dos produtos de obrigações da Pioneer Investments é muito elevado. A entidade recebeu nos últimos tempos importantes galardões que a ‘certificam’ como uma das casas de obrigações com maior potencial. Um dos prémio mais importantes foi provavelmente o concedido pela Morningstar no ano passado, depois de a distinguir como melhor casa em distintas categorias de obrigações em países como Reino Unido, Bélgica, Luxemburgo, Itália e Portugal. A Global Investor Magazine também reconheceu a entidade como a melhor gestora de obrigações a nível global.