Perspetivas de crescimento no novo ano: Fidelity regressa a Lisboa

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alexskopje, Flickr, Creative Commons

A Fidelity Worldwide Investment regressou a Lisboa no início de 2016 – no passado dia 22 de janeiro – para trazer aos investidores as suas perspetivas para o ano que agora entrou em vigor.

Um dos oradores presentes na conferência da gestora foi Fabio Ricelli – portfolio manager de fundos como o FF Iberia ou o FF European Dynamic Growth. Foi precisamente neste último produto – sobre o qual lhe demos a conhecer recentemente as maiores tendências de investimento em carteira - que o profissional de nacionalidade brasileira, e com 17 anos de experiência na área, focou atenções em Lisboa.

Falou de um produto que é constituído por “empresas com o seu valor abaixo do valor intrínseco”, e cujas “teses de investimento são dependentes de variáveis endógenas”. Por isso, reiterou, é um fundo “com uma sensibilidade pequena a mudanças macroeconómicas”. Fabio Ricelli deu como exemplos de títulos em carteira a farmacêutica Sanofi, ou a plataforma MoneySupermarket. Resumindo, o portfolio manager entende que a seleção das empresas para a carteira se assemelha a um ‘treasury hunting’.

Sebastián Velasco, country head, Spain & Portugal, no seu global outlook for global equity markets inaugurou o evento expressando que os fluxos de entrada nos fundos de ações e mistos foi significativo nos últimos tempos. Alertou, por outro lado, que 2016 será um ano em que a volatilidade será factor dominante. No entanto, no campo das novidades positivas, destaca o crescimento no número de empregos nos EUA, “com duzentos mil postos de trabalho a mais por mês”. Embora o cenário europeu seja diferente – com a deflação a configurar o grande risco para o velho continente – o country head, Spain & Portugal acredita que “existem reformas estruturais interessantes em determinados mercados da periferia”.

Kevin O’Nolan, portfolio manager dos produtos multi asset da entidade, deu ainda algumas ideias aos presentes sobre três temas em específico: o crescimento desinflacionário, a desaceleração dos mercados emergentes e a situação dos preços do petróleo.

Sobre o processo desinflacionário que o mundo atravessa, o profissional falou da divergência entre regiões e sectores  a este nível (concretamente entre mercados emergentes e mercados desenvolvidos). Na opinião de O’Nolan o “grande driver que suporta esta divergência passa por perceber que rumo é que o consumo vai tomar, e como evoluirão os dados referentes ao emprego”. Nos EUA, por exemplo, lembrou que a política monetária da Fed continua “muito dependente da inflação”, embora ainda exista “um grande ciclo de subidas de taxas pela frente”. “A Fed está a sugerir que irão existir 4 subidas de taxas este ano, mas os mercados, neste momento, apenas estão à espera de 2”, referiu.  No entender do profissional, o grande risco por esta altura é que “os mercados de obrigações possam estar a descontar uma subida superior a 1,5%”.

Na visão de alocação tática o profissional expressou a preferência por ações, enquanto que em mercados emergentes estão subponderados. No que toca às regiões, por seu turno, o Japão, a Europa, e o Reino Unido são as geográficas onde veem mais valor.