Pedro Maruny, novo gestor do BPI Ibéria: preservar prudência e acrescentar ousadia

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Cedida

O fundo BPI Ibéria, a cargo da BPI Gestão de Activos, passou recentemente para as “mãos” de Pedro Maruny, da entidade, que para o produto transfere a sua já larga experiência na gestão de portfólios similares.

Anteriormente gerido por Catarina Quaresma Ferreira - agora dedicada apenas ao fundo BPI Portugal – o produto com a marca BPI que investe no mercado acionista ibérico foi premiado nos últimos Euronext Lisbon Awards, na categoria de  ‘Investment Fund/Open Pension Fund in portuguese stocks”. Com este novo desafio em mãos e a “responsabilidade” de gerir um fundo já reconhecido pelo mercado, qual o principal desafio para Pedro Maruny?

Em entrevista à Funds People Portugal, o gestor indica que um dos grandes desafios propostos com esta função é “conhecer o  mercado ibérico e as ações ibéricas melhor do que todos”, o que, em última análise, poderá resultar em algo muito atrativo: “ver a performance a acontecer fruto deste trabalho diário”. Por outro lado, uma das dificuldades poderá prender-se com “conhecer melhor que todos as empresa que dependem de variáveis macro mundiais”, como é o caso das metalúrgicas e petrolíferas.

Neste caminho de existência de mais de 5 anos, caraterísticas  marcantes foram seguramente sendo acrescentadas à gestão do fundo. O novo responsável pelo BPI Ibéria acredita que é importante preservar da “antiga gestão” principalmente a “prudência”, tentando acrescentar “ousadia”. “É do equilíbrio entre estas duas características, em conjunto com o que disse acima que dependerá a performance deste fundo”, afiança.

Experiência: uma mais-valia

No processo de gestão atual do produto Pedro Maruny destaca alguns pontos que procura responder: “Seguir diariamente toda a informação que sai das empresas ibéricas”, “reunir com a gestão das empresas 2 vezes por ano” e “ler atentamente research sobre as mesmas”. Para o gestor essencial na função que executa é “ter o radar sempre ligado”, fazendo-se valer da experiência que possui. Acredita que “usar a sensibilidade ao mercado ganha em 10 anos a gerir o fundo BPI Alternative Long Short Ibérico”, é uma mais-valia na sua abordagem.

A experiência é, por outro lado também, um dos trunfos que permite vantagens perante a concorrência. Para Pedro Maruny “10 anos de gestão de fundos ibéricos” e a “gestão de risco ganha nestes 10 anos” podem ser fortes ‘armas’, já que “a prudência de não se fazerem apostas sectoriais enormes, e sim apostas específicas dentro de cada sector”, “só é possível a quem conheça muito bem o “miolo” das empresas”.

Com um enfoque de investimento no mercado ibérico, o produto está à mercê de algumas vicissitudes provenientes de ambos os países. Muito embora Pedro Maruny classifique o mercado português como “pequeno” e “pouco líquido”, acredita que nele se podem encontrar “um grupo de empresas muito bem geridas”. O mercado espanhol, por seu turno, é “mais diversificado”, mas “com um grupo de empresas muito bem geridas”. Principalmente em Portugal vislumbra oportunidades por via de “empresas baratas e penalizadas face ao cenário macro em Portugal”.

O que esperar da ‘incerteza’ ibérica?

Quanto à situação política em ambos os países – que em última análise pode prejudicar o investimento -  Pedro Maruny considera que a indefinição governamental que se vive em Portugal “será preocupante se perdurar no tempo e se puser em risco compromissos assumidos”. No que toca ao cenário em Espanha, considera que se o desfecho eleitoral for o apontado pelas sondagens, a situação pode ser “promissora”.

Em cenários de incerteza como os descritos atrás, o gestor assegura que na gestão do fundo se fazem reajustes. “O que fazemos para qualquer evento é se acharmos que o risco é grande, compramos ações menos expostas ao risco desse evento. Ex: Se achássemos que Portugal iria ser governado por um partido/coligação avesso aos mercados teríamos menos acções expostas 100% à economia nacional. Se  achássemos…”, refere.