Paramés espera ter a sua gestora em funcionamento no início de 2017

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As dúvidas sobre o novo projeto profissional de Francisco García Paramés vão-se dissipando a pouco e pouco. No seu regresso ao mundo dos fundos de investimento, o gestor classificado como o Warren Buffet europeu aproveitou a apresentação do seu livro invirtiendo a Largo Plazo para dar algumas ideias dos pilares que sustentarão a sua futura gestora.

A entidade da qual não quis revelar o nome, será criada do nada. O gestor prevê que esteja em funcionamento em princípios de 2017, ainda que tenha um plano de contingência para tomar posições no mercado se a data estimada se atrasar por questões burocráticas. Este plano B passaria por aconselhar de forma transitória um fundo em outra entidade gestora para, uma vez pronta a sua, transferir o veículo de uma gestora para a outra.

A comunidade de investimento perguntava-se se a gestão seria semelhante à das estratégias da sua anterior fase, na Bestinver. Em conversa com a Funds People, Paramés afirmou que terá ativas duas estratégias, uma de ações ibéricas e outra de ações globais com enfoque europeu, mas também com uma certa inclinação para os mercados emergentes. Apesar de iniciar estas estratégias em formato de fundo de investimento, no futuro, a sua intenção é replicar num formato de plano de pensões.

O guru espanhol do value investing adianta que a equipa de análise e gestão da sua boutique será formada por uma dezena de profissionais, no máximo. Nesta equipa, “haverá gente que trabalhou comigo previamente e gente nova, assim como espanhóis e estrangeiros”, assegura. A documentação da empresa será apresentada nos próximos dias à Comisión Nacional del mercado de Valores (CNMV), enquanto que “os fundos serão mais abertos do que eram antes”, detalha.

Como relata no seu livro, “o empreendedor é uma figura chave em qualquer economia”. Daí, a sua ideia de fundar um projeto empresarial próprio com uma perspectiva de longo prazo, como o seu estilo de investimento, e que possa ser herdado no futuro por um sucessor (ou sucessores) que tenha a mesma visão dos investimentos. “Para implementar os conceitos que defendo no livro, a única forma de o fazer é iniciando um projeto próprio. Ainda que me tenham chegado muitas ofertas, nenhuma teve pernas para andar por discrepâncias na gestão empresarial ou na filosofia de investimento”, relata Paramés que deixou claro que estabelecerá um limite ao volume de ativos sob gestão, mas sem concretizar um valor aproximado.