Os seis pioneiros das Finanças mais influentes da história

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rocketdogphoto, Flickr, Creative Commons

Se tivesse que nomear a pessoa que mais influenciou o mundo das finanças, qual seria a sua escolha? De certeza que lhe vêm à cabeça muitos nomes que, provavelmente, coincidam com a lista abaixo.

O Financial Times selecionou seis nomes, seis ‘pioneiros’ que contribuíram para o desenvolvimento do mundo das finanças como o conhecemos hoje. As suas histórias abarcam quase três séculos, mas detêm lições que ainda hoje se aplicam.

Mayer Amschel Rothschild

Rothschild é sinónimo da maior dinastia bancária do mundo. Nasceu no gueto judeu de Frankfurt em 1744, ganhou experiência na banca e no mercado de divisas – um negócio muito mais arriscado do que o de hoje em dia, dada a falta de liquidez e as guerras permanentes que assolavam a Europa – antes de se converter no banqueiro pessoal de Landgrave de Hesse-Kassel, uma posição prestigiante que lhe permitiu emitir as suas próprias obrigações.

Mas o que tornou Rothschild num autêntico pioneiro das finanças, foi ter sido o primeiro a entender a importância da dimensão internacional da banca, colocando os seis filhos à frente de delegações em Viena, Nápoles, Londres, Paris e Frankfurt. Esta rede internacional permitiu-lhe dar acesso aos seus clientes a fontes de financiamento até então fora do seu alcance. Sete gerações depois, a família Rothschild mantém uma posição privilegiada entre os grandes das finanças internacionais, mas também diversificou o negócio até outros sectores como a produção de vinho.

John Pierpont Morgan

J.P. Morgan pode considerar-se o pai da economia norte-americana moderna e da sua indústria de serviços financeiros. A sua história começa pouco depois do final da guerra civil dos Estados Unidos, quando herdou o negócio bancário do seu pai e aproveitou as conexões internacionais para convencer os investidores europeus da reconstrução da economia ianque.

Morgan compreendeu rapidamente que os banqueiros e os economistas saíam beneficiados se as empresas se combinassem em grandes conglomerados – como a US Steel – o que permitia reduzir custos e eliminar a concorrência. Chegou a converter-se no banqueiro mais poderoso da história, atuando como credor de último recurso em diversas crises financeiras até à criação da Reserva Federal e, desde então, as autoridades tentaram que ninguém pudesse voltar a acumular tanto poder, através de distintas leis anti-monopólio, como a Lei Glass-Steagall, em 1933, que separou os negócios da banca comercial e da banca de investimento, e dividiu o império Morgan em dois: JP Morgan e Morgan Stanley.

Amadeo Giannini

O grande mérito de Amadeo Giannini foi abrir a banca às classes médias e trabalhadoras e, em seguida, criar um dos maiores bancos comerciais dos Estados Unidos: Bank of America. Filho de imigrantes italianos que chegaram à Califórnia durante a febre do ouro em 1849, Giannini iniciou a sua carreira profissional vendendo produtos agrícolas até que em 1904, com apenas 34 anos, decidiu criar o Bank of Italy em São Francisco, referindo aos trabalhadores imigrantes que não podiam aceder a outro tipo de financiamento.

Os imigrantes mostraram ser bons pagadores com excelentes perfis de risco e o Bank of Italy abriu sucursais por toda a Califórnia, um modelo completamente revolucionário na época. Em 1930 passou a chamar-se Bank of America. Ícones como o Golden Gate e gigantes como Heelwtt-Packard podem associar as suas raízes a este banco de origem humilde e carácter popular.

Warren Buffett

 Nas palavras de John Auters, redactor do Financial Times, Warren Buffett representa uma repreensão para qualquer pessoa que esteja a tentar ganhar a vida investindo”. O melhor investidor da história e um dos dois ou três homens mais ricos do mundo, mostra as suas ideias como algo simples mas é praticamente impossível de replicá-las com êxito.

Seguidor de Benjamin Graham- o inventor do value investing – a inovação de Buffet consistiu em aplicar esta teoria a empresas de êxito com vantagens competitivas, sustentáveis ao longo do tempo, que passaram a ser conhecidas como ‘economic moats’. Outra característica marcante é o facto de não diversificar demasiado, já que se concentra em empresas e sectores que conhece bem, mantendo os seus investimentos durante décadas. No entanto também sabe ser oportunista, seja na compra de uma empresa inteira, seja atuando como credor de último recurso – em 2008 quando os bancos não emprestavam – em troca de elevadas taxas de juro.

Em qualquer dos casos, não se pode duvidar da falta talento de Buffett: a Berkshire Hathaway, a empresa têxtil que comprou há cinquenta anos atrás, converteu-se na terceira empresa dos Estados Unidos em termos de capitalização bolsista, e é o maior conglomerado do mundo. E, para além disso, regista um óptimo comportamento: enquanto que o S&P 500 ganhou cerca de 1.850% desde 1980, a Berkshire cresceu cerca de 84.000%.

Henry Kravis e Muhammad Yunus

A secção do FT fica completa com Henry Kravis, fundador da reconhecida empresa de capital de risco KKR (anteriormente designada de Kohlberg Kravis Roberts) responsável pela compra alavancada da RJR Nabisco em 1988, e Muhammad Yunus, o homem que conseguiu mudar o destino de milhões de pessoas graças às microfinanças, uma proeza pela qual recebeu o Nobel da Paz em 2006. Pode ler a reportagem completa em inglês aqui.

(Imagens:  The Jewish Encyclopedia 1907, Images of American Political History, USPS/Reaper Eternal, World Economic Forum, University of Salford Press Office, trackrecord, flickr, Wikimedia Commons, Creative Commons.)