Os melhores gestores europeus segundo a Morningstar

4109769159_c4fd77560c
Rigib, Flickr, Creative Commons

Já são conhecidos os melhores gestores europeus. Os nomeados eram nove para três categorias: Ações Europa, Ações Globais e Obrigações Europa. Os vencedores foram conhecidos na última conferencia de Investimento da Morningstar que aconteceu nos passados dias 27 e 28 de Março, em Amesterdão. Estes prémios não têm só em conta os resultados do último ano, mas também quem “trata melhor o capital a longo prazo”, segundo Christopher Traulsen, diretor de análise de fundos Europa da Morningstar.

Melhor gestor de ações Europa

O melhor gestor desta categoria foi Nicolas Walewski, gestor do fundo Alken European Opportunities que é classificado como cinco estrelas para a Morningstar. Em termos qualitativos o seu ranking é “prata” e foi um dos grandes vencedores da indústria, não apenas pela sua rendibilidade de 6,5% neste ano como que atingiu os 6% durante o ano passado, e já depois de ter crescido 28,6% em 2012.

Também no plano comercial, os enormes fluxos de dinheiro obrigaram a reduzir o ritmo de entradas nos seus produtos: atualmente todos os fundos da Alken estão em soft close ou hard close.

A Morningstar qualificou de “espetacular” a rendibilidade gerada pelo gestor, tanto no seu trajeto na Alken como na sua etapa anterior, enquanto gestor do Oyster European Opportunities do Banque Syz. Também a qualidade da equipa de gestão foi realçada no seu estilo de investimento: “Interessam as ações cujos ativos estão todos ou em parte subvalorizadas pelo mercado, ou onde acredito que identificamos novas fontes de crescimento dos lucros”. “Qualquer que seja o seu estilo de investimento, Waleski prefere empresas com equipas de gestão credíveis, viradas para elevar o potencial da rendibilidade do seu negócio. Tentar evitar os excessos do mercado pode ser de facto uma solução contrária às suas opções de investimento, como se evidencia na sua decisão de manter-se longe dos grandes ciclos positivos das matérias-primas e dos mercados emergentes nos últimos anos”, afirmaram desde da entidade.

Na sua última visita a Espanha, o gestor explicou que a temática que guia a carteira do fundo segue a participação em empresas capazes de reduzir os seus custos de capital, pois considera que na hora de abordar uma empresa “estas não precisam de ser muito boas em termos operacionais, mas sim em termos de financiamento”.

Melhor gestor de obrigações europa

Aqui o prémio foi para o Michael Krautzberger da BlackRock que gere o fundo BGF Euro Bond. Este produto, tal como o anterior, é classificados de cinco estrelas enquanto o gestor é “Gold”, no rating qualitativo da empresa de análise de dados.

O gestor conta mais de 20 anos no mundo da gestão de ativos e é, também, responsável pela equipa de obrigações da BlackRock. Michael Krautzberger tomou as rédeas do fundo em 2005 tendo imprimido uma mudança do estilo do produto o que levou a grandes resultados: valorizou 12,2% em 2012; 3,1% no ano passado e 8% durante este ano. O fundo deve investir pelo menos 80% da sua carteira em emissões com grau de investimento e pelo menos 70% dos ativos devem ser cotados na moeda única europeia.

O fundo tem estado no primeiro ou no segundo quartil desde 2006. No final do ano passado o produto estava no primeiro quartil da sua categoria, devido ao rendimento conseguido durante o segundo semestre do ano, onde a aposta na periferia e nos países centrais da Europa, assim como a decisão  de aumentar marginalmente o risco de crédito e uma pequena sub-poderação na duração ajudaram o produto a ter uma boa rendibilidade.

Na Morningstar destacaram que o gestor “construiu uma franquia muito forte na BlackRock, aplicando com êxito o seu estilo de investimento, consciente do risco numa ampla gama de estratégias em obrigações em euros”. Além disso, também a gestão ativa, a flexibilidade e a diversidade de estratégias ajudaram o gestor. “Os grandes retornos ajustados ao risco no longo prazo são um testemunho de que a força do seu processo consciente de risco é uma das aptidões de Krautzberger”, concluem desde da entidade.

O melhor em ações globais

Kristoffer Stensrud foi o grande vencedor nesta categoria. Gestor do fundo Skagen Kon-Tiki, que não está disponível para venda em Portugal, conta com o rating máximo, tanto em estrelas como em termos qualitativos. Apesar de sofrer com a correção dos mercados nos mercados emergentes e com a saída de um outro gestor do fundos, Ross Porter, o produto fechou 2013 com uma rendibilidade de 7,7%, sobretudo devido às aplicações que têm em carteira na China e na Coreia.

A Morningstar evidencia o facto do fundo ter superado o seu benchmark em 19 dos últimos 20 anos, também mostra um rendimento de 1% ao ano nos últimos 10 anos, acima do melhor fundo da sua categoria.

“O fundo distingue-se por ter uma equipa excecionalmente forte de quatro gestores que trabalham juntos com Kristoffer Stensrud e que podem apoiar-se nas outras equipas grandes da gestora”, assinala a Morningstar. Entre as principais características, destacam-se as poucas limitações que têm de enfrentar na hora de investir (a mais importante é que pelo menos 50% da carteira tem de estar nos países emergentes) e o seu estilo de investimento oportunista e contrarian que os ajuda a encontrar ações que consideram baratas e que, habitualmente, encontram em sectores subvalorizados ou mal cobertos pelos analistas.

“Esta abordagem envolves muitos riscos, mas é difícil de imaginar alguém mais capaz para os executar tão bem como Stensrud tem feitos ao longo dos anos”, concluem desde da Morningstar.