Os grandes vencedores da gestão europeia no século XXI

bolas_cores
Lauren P. Arfman, Flickr, Creative Commons

A fotografia dos principais atores da indústria da gestão de fundos mudou bastante ao longo do século XXI. Em 2000 as primeiras posições eram ocupadas por entidades financeiras. Hoje, esse panorama é bastante distinto.  Os bancos já não são os únicos protagonistas (mesmo tendo 7 representantes no top 10), e as gestoras independentes têm ganho margem de manobra. Mas estas são apenas algumas das alterações que merecem referência. O panorama  atual, em comparação com o que existia há 14 anos atrás, mostra para além de menos bancos e mais gestoras independentes, um maior número de entidades americanas no ranking das 10 primeiras com maior património na Europa, segundo os dados da European Industry Directory 2000 e Lipper. Esta é a tendência mostrada pela indústria de gestão de fundos na Europa durante este tempo.

Para começar, apenas quatro das empresas que em 2000 estavam no top 10 conseguiram manter-se nos lugares cimeiros do ranking. UBS Global AM, Deutsche Asset & Wealth Management (DWS Investments), Deka e Société Générale (hoje Amundi), são as únicas entidades que estavam presentes no ano 2000 e que continuam a aparecer nesta “fotografia” de 2014. Em sentido contrário destaca-se o desaparecimento da lista de empresas italianas. San Paolo IMI, Banca Intesa e Unicredito, que há 14 anos estavam nos primeiros lugares da lista por volume patrimonial, desapareceram, deixando a Itália sem nenhum representante na lista dos dez primeiros. A francesa CDC/Caisses d'Epargnes, agora Natixis, também não figura da lista.

Seis dos 10 grandes vencedores de hoje não apareciam na fotografia do ano de 2000. Neste sentido, destaca-se o importante posicionamento que as gestoras independentes  têm conseguido durante este tempo, sobretudo as norte-americanas, que há 14 anos atrás não figuravam daquela que era uma lista liderada por empresas europeias. O maior destaque vai para a forte “erupção” da BlackRock, que no início do século não figurava na lista, e que hoje é a entidade com maior património gerido na Europa (360.800 milhões de euros). Em quarto lugar aparece a J.P. Morgan AM (184.300 milhões) e em sétimo a Franklin Templeton (125.100 milhões).Há 14 anos atrás nenhuma destas entidades estava no ranking.

Um dos casos de destaque é também a Amundi que entrou para o top 10 da gestão europeia. Fruto da fusão dos negócios da Société Générale e do Crédit Agricole, a Amundi representa um dos maiores exemplos dos processos de integração vistos na última década. Se em 2000 a Société Générale sozinha ocupava o sétimo lugar, a integração do negócio do Crédit Agricole permitiu-lhes dar ao salto até ao segundo lugar, com um património conjunto que atualmente ronda os 215.200 milhões de euros.

Entre os três primeiros grupos europeus continuam a estar a rebaptizada DeAWM, que primeiro era Deutsche Bank e depois DWS Investments, com um volume patrimonial que praticamente duplicou, até alcançar cerca de 200.000 milhões.

É  importante assinalar que as somas mencionadas em todos os casos não incluem o dinheiro em fundos de fundos. 

Fonte: European Fund Industry Directory 2000 e Lipper.