O que motivou as subscrições de fundos estrangeiros em fevereiro?

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HavanaBaby1, Flickr, Creative Commons

“Se do lado do continente americano, Trump marca atualidade com um discurso ainda pouco detalhado e assente em investimento em infraestruturas e reforço do setor defensivo, do lado europeu o mote é tripartido pelas eleições francesas, o processo “Brexit” e ainda a necessidade da Grécia precisar de nova reestruturação da dívida”, resume João Graça. O product manager do ActivoBank alerta: “a FED sinalizou que ainda em março haverá, provavelmente, uma subida de taxas de juro ao passo que rumores surgem que o BCE poderá manter o seu QE até 2019, pois os objetivos da inflação ainda estão longe de ser alcançados”.

Mais risco e estratégias alternativas

Com o cenário atual de taxas de juro baixas, “as tradicionais soluções de taxa fixa não têm sido capazes de atingir os objetivos de retorno que os investidores mais conservadores procuram”, explica João Graça. A solução tem sido sair desta esfera, por um lado adotando mais risco “como no high yield ou mercados emergentes” ou, por outro, “apostando em estratégias alternativas de dívida que assegurem alguma estabilidade com retorno consistente”.

No caso do ActivoBank, na classe de ações, as escolhas dos investidores em fevereiro recaíram em pequenas e médias empresas, “particularmente nos EUA, onde as medidas protecionistas de Trump poderão proporcionar uma melhoria de resultados”, explica. Também em ritmo crescente está o segmento de tecnologia global, já que simboliza, para os investidores da plataforma, “boas oportunidades com o desenvolvimento de novos produtos, IPO’s e M&A”, acrescenta João Graça.  

Preferências consolidadas e fundos multiativos em destaque

Rui Castro Pacheco, head of asset management do Banco BEST, revela que “a maior atração dos clientes continua a ir para estratégias mistas ou multiativos”. Assim, os fundos da MFS, o Global Total Return, e da Nordea, o Stable Return, ocupam as duas primeiras posições, tal como em janeiro.

Quanto a fundos de obrigações, o profissional do Best notou, em fevereiro, preferência por duas estratégias mais globais e flexíveis e outras duas por estratégias mais específicas: “nas estratégias globais e flexíveis as preferências foram para os fundos da PIMCO, com o PIMCO GIS Income, e da Jupiter, com o Dynamic Bond. Nas estratégias mais específicas vimos procura por mercados emergentes, com o Pioneer Emerging Markets Bond, e por obrigações de empresas europeias de rating inferior, com o T. Rowe Price European High Yield". 

Já nos fundos de ações, Rui Castro Pacheco define quatro estratégias que motivaram as escolhas dos clientes da plataforma: “por um lado registámos procura por um fundo global e diversificado, o HSBC Economic Scale Index Global Equity. Por outro, vimos investidores a procurarem apenas uma região, a europeia com o MFS European Value e o Brasil com o BNY Mellon Brazil Equity, ou um setor, a tecnologia com o Fidelity Global Technology.”

No Banco BiG confirma-se a tendência de multiativos nas preferências. O fundo multiativo Fidelity Global Multi Asset Income manteve a liderança na lista dos mais procurados pelos investidores da plataforma. Assim, Isabel Soares, product specialist do BiG, acredita que “o mês de fevereiro não trouxe grandes novidades no que respeita às preferências dos investidores no segmento de fundos de investimento.” Confirma-se também no segundo lugar do top, uma vez mais ocupado pelo Legg Mason Western Asset Macro Opportunities Bond, “um fundo de dívida recentemente incluído em algumas carteiras Fund Advisor que incorpora a possibilidade de tomada de posicionamentos longos e curtos”, explica a gestora.

Já no campo das ações, os investidores privilegiaram “soluções com exposição geográfica global”, optando por fundos como o Pioneer Fund Global Equity Target Income, o Pictet Quality Global Equities ou o BNY Mellon Global Equity Income.

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