Os diversos Bancos Centrais mantiveram-se “serenos”

Esta semana pode ser vista como uma das mais longas do ano, com poucos motivos de interesse, com a reunião do BCE a ser o centro das atenções.

Não só o BCE se reuniu esta semana, mas não saíram mudanças em termos de taxas de juro em nenhuma das reuniões dos Bancos Centrais.

O Banco Central do Brasil manteve a sua taxa directora em 14,25% mas colocou a sua previsão de inflação para os 4.5% em 2016 e 2017, informando que se manterá vigilante para fazer cumprir esse objectivo.

O Banco do Canadá também manteve as suas taxas de juro, na primeira reunião depois da eleição do novo governo. Tal como todos os outros participantes do mercado, constatou que a descida do preço das matérias primas afectaram a economia, com maior impacto na exportação de matérias primas, levando o BoC a rever em baixa as suas previsões para o PIB de 2016 de 2.3% para 2.0%.

O evento mais aguardado e com maior impacto nos mercados era sem dúvida a reunião do Banco Central Europeu. Mario Draghi pode dizer-se que preparou o mercado para uma extensão/aumento do programa de compra de activos, mas só irá colocar isso em prática no final do ano ou durante o primeiro trimestre de 2016.

Aguardará por mais informações sobre a eficácia do programa assim como esperará por mais dados macro, que actualizem os actuais, e que permitam ver com mais clareza o estado da economia Europeia.

Apontar já medidas de correcção ao actual programa será um sinal de fraqueza, de assumir que não está a ter impacto e poderá denegrir ainda mais a imagem do BCE.

(Imagem: rockcohen, Flickr, Creative Commons)