Os desejos de Natal dos profissionais da gestão de ativos

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fabbriciuse, Flickr, Creative Commons

Essencialmente destinada aos mais pequenos, a figura do Pai Natal daria muito jeito para presentes mais “elaboradas” – e até difíceis de alcançar numa primeira abordagem – especialmente para os profissionais do sector financeiro, que com um novo ano à porta têm muitos desejos que gostariam de ver concretizados.

Como habitual por esta altura, pedimos aos profissionais nacionais que deixassem alguns dos “presentes” do mundo do investimento que gostariam de encontrar no seu sapatinho. Como compete no Natal, a diversidade é a palavra de ordem no que toca aos “pedidos”.

Muito diretos ao assunto, do ActivoBank, João Graça e Rui Olo, não hesitam em pedir ao Pai Natal “um pouco mais de inflação”... embora com modéstia.Não seria necessária uma dose muito exagerada, até porque isso acarretaria subidas nas taxas de referência e não gostaríamos de ter aumentos significativos nas taxas de juro dos créditos habitação dos europeus, em particular dos portugueses”, reiteram. Os profissionais da plataforma lembra que para termos “um crescimento económico sólido e sustentado” na Europa, seria necessário sofrermos “um crescimento na inflação”. Em termos ideais, indicam que “o aumento da inflação deveria ser motivado pelo aumento do consumo na Zona Euro, resultado da redução efetiva do desemprego e da melhoria dos salários pagos”.  

Com um pedido mais ‘caseiro’, Paulo Monteiro, da Invest Gestão de Activos, pede no sapatinho um cenário que certamente iria beneficiar os fundos geridos pela entidade. Pediria, por isso, “a recuperação do mercado acionista nacional, tão penalizado nos últimos anos”.

Do Barclays, José Miguel Calheiros, enuncia um desejo mais abrangente: “Políticos que estejam à altura dos desafios que temos pela frente, em Portugal, na Europa e no Mundo”. Por seu turno, Rita Neves, da Lynx Asset Managers, os profissionais da IM Gestão de Ativos, e Luís Sancho da BBVA AM, incluem no sapatinho um desejo relacionado com o tão badalado crescimento da China. Rita Neves pede que a economia do país mantenha “um crescimento sustentável”, enquanto a IMGA acredita que a “economia chinesa a crescer acima dos 7% poderia ajudar a impulsionar a procura mundial, contribuindo assim para a normalização das expetativas de inflação, estabilização do preço das commodities energéticas e consequente normalidade aos retornos das diversas classes, com particular influência no rendimento das obrigações”. Na mesma linha de pensamento, o profissional da BBVA AM expressa, em tom de brincadeira, o desejo de receber "uma obra sobre os ensinamentos do Confúcio, um investimento útil para perceber melhor esse gigante que se chama China". 

Da Patris Gestão de Activos chega outro desejo distinto. Ou melhor, dois desejos. Martim Amaral Neto, pede o “impeachment de Dilma”, por um lado, e a “vitória de Ted Cruz nas primárias do partido republicano”, nos EUA, por outro lado. Da Popular Gestão de Activos, Paulo Gonçalves, refere que no sapatinho gostaria de encontrar “um ano de 2016 com bastante menos incerteza do que aquela a que assistimos em 2015 principalmente porque antevemos alguma continuidade de volatilidades altas e de muita incerteza nos mercados em 2016, tal como assistimos nos últimos meses”.