Obrigações de taxa indexada superam as de taxa fixa em 2013

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mcg1711, Flickr, Creative Commons

Em 2013 a categoria de fundos de obrigações de taxa indexada ultrapassou os fundos de obrigações de taxa fixa. Segundo os dados da APFIPP os fundos de taxa indexada euro conseguiram, em termos médios, ganhos de 3,77% contra os 3,33% nos fundos de taxa fixa euro. Esta situação acontece pela primeira vez nos últimos cinco anos.

Para José Calheiros, do Barclays – Wealth and Investment Management, “isso aconteceu devido ao anúncio da FED, em maio, de que iria começar a reduzir o programa de estímulos”. Fernando Nascimento, da CA Gest, acrescenta que a redução no programa de estímulos “inverteu o movimento descendente das taxas americanas e da zona core europeia o que terá prejudicado a classe de Fundos de Taxa Fixa”. O gestor acredita, também, que o ano que terminou “poderá ter sido o ano de inversão da longa tendência de queda das taxas de juro que se assistiu nos blocos de países desenvolvidos”.

Os fundos de taxa fixa foram muito massacrados em 2013. Dando como exemplo as obrigações do tesouro norte-americano, em maio estavam a 1,48%, sendo que agora estão perto de 3%, ou seja, cerca do dobro”, afirma José Calheiros, do Barclays – Wealth and Investment Management.

Já o especialista da CA Gest também engloba as crises políticas na sua observação. “As crises políticas em Itália e Portugal também terão tido algum impacto nesta classe de Fundos uma vez que tradicionalmente alocam grande parte das carteiras a dívida pública”, afirma.

Para 2014, haverá “uma manutenção do cenário atual com as taxas anormalmente baixas e com a FED a aumentar o ritmo da redução da compra de ativos. Na Europa há um décalage claro no ciclo económico face aos E.UA., mas tal não será suficiente para travar o aumento da inclinação  da  curva da taxa de juro, sobretudo a partir das maturidades superiores a 5 anos”. “O investimento em activos com taxa indexada será, certamente, mais conservadora no cenário de evolução de taxa de juro que antecipamos”, finaliza José Calheiros, diretor no Barclays – Wealth and Investment Management.