O que define um produto Consistente Funds People?

consistentes

A equipa de Análise da Funds People, liderada por María Folqué, desenvolveu um modelo de seleção próprio que dá destaque aos produtos mais Consistentes dentro de cada categoria, partindo da base de dados da Morningstar Direct, com dados dos últimos cinco anos relativos ao fecho do último ano civil.

O passo inicial do modelo consiste em filtrar os fundos de investimento registados no mercado português que estejam nos dois melhores quartis por rentabilidade e volatilidade nos períodos de 1, 3 e 5 anos, usando para isso os dados diários de rentabilidade e os mensais no caso da volatilidade. Para entrar no universo da análise é requerida uma antiguidade mínima do produto de três anos.

Em paralelo, são construídos dois ‘score cards’. O primeiro tem em consideração os critérios de rentabilidade e volatilidade acumulada a 1, 3 e 5 anos, ponderando em 65% a rentabilidade e em 35% a volatilidade. O segundo ‘score card’ considera os dados de rentabilidade e volatilidade dos últimos cinco anos civis (cada ano equiponderado) para combater o possível efeito da acumulação; neste caso, a rentabilidade tem um peso de 60% e a volatilidade, um peso de 40%.

Finalmente, são comparadas as três listas resultantes e são selecionados os fundos que coincidem nas posições mais elevadas no screening e nos dois ‘score cards’, aos quais é atribuída a classificação de produto Consistente Funds People. Na sua essência, o processo consiste em dissecar a oferta de fundos registados em Portugal para encontrar os produtos que proporcionaram os resultados mais consistentes nos últimos cinco anos. A revisão da lista de produtos Consistentes Funds People é realizada anualmente, com dados relativos ao fecho do mês de dezembro do ano anterior.

Na análise são excluídos os produtos categorizados como fundos de capital garantido, bem como os monetários ou fixed income de curto prazo e os fundos de rentabilidade objetivo, bem como produtos com menos de 30 milhões de euros sob gestão.

O modelo não tem uma intenção preditiva e é fruto da experiência acumulada da equipa de Análise na atividade profissional de seleção de fundos. Trata-se de um modelo simples e transparente, pois a experiência da equipa revela que a adição de muitas variáveis não é sinónimo de valor acrescentado. Temos em conta o principio da parcimónia, embora não descartemos, como uma melhoria no futuro, a adição de outros factores relevantes, como alguns que estão a ganhar mais atenção na literatura científica, nomeadamente sobre a medição das rendibilidades dos fundos. Referimo-nos à assimetria e à ‘kurtosis’ da distribuição de retornos.

Uma limitação do modelo da Funds People é referente aos fundos com domícilio em Portugal, cujo Net Asset Value reflectia, sob o regime anterior, a tributação das mais-valias realizadas e demais rendimentos auferidos pelo organismo de investimento coletivo, estando os investidores isentos do pagamento de imposto. Isto faz com que as rentabilidades diponibilizadas na base de dados da Morningstar penalizem estes produtos quando comparados com produtos não domiciliados no país. Este efeito deverá esbater-se com o passar do tempo, já que no dia 1 de julho de 2015  entrou em vigor o novo regime de tributação dos organismos de investimento coletivo, alterando, assim, o Estatuto dos Benefícios Fiscais e o Código do Imposto do Selo, publicado no em janeiro de 2015. Trata-se de uma alteração substancial ao regime dos fundos de investimento, sendo que o imposto passa a incidir sobre as mais-valias obtidas pelos titulares de unidades de participação no momento do resgate e sobre os rendimentos distribuídos dessas unidades de participação.

Na prática, à luz do novo regime fiscal passa a aplicar-se como regra o método de tributação «à saída» em sede de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) ou de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC).

Da análise realizada com os resultados a 31 de dezembro de 2015, surgem 216 produtos registados no mercado português aos quais foi atribuída a classificação de produto Consistente Funds People. A análise foi realizada sobre um universo de mais de 2.500 fundos registados no mercado nacional (30.850 classes de fundo).

Caso surja alguma dúvida sobre a metodologia pode contactar María Folqué, diretora da equipa de análise da Funds People – através do email [email protected] ou ainda o Miguel Rêgo, representante da equipa de análise em Portugal, através do email [email protected].