O próximo ano nas obrigações para a Amundi

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oliviarli, Flickr, Creative Commons

A Amundi já deu a conhecer as suas previsões para o próximo ano, nomeadamente ao nível das obrigações, onde acredita que “as recompensas do investimento estão na desalavancagem”.  De acordo com a sua publicação, “há muito a desejar sobre o mercado de obrigações norte-americano” para o próximo ano. Referem que “as expectativas da política divergente do Banco Central já está refletida nas generosas yields a favor do Estados Unidos”, no entanto especificam que essa política será “mais fácil na Europa e no Japão, em comparação com os EUA”.

Não há que temer a FED

As taxas de juro reais das obrigações indexadas à inflação entre as maiores economias estão a favorecer os EUA”, segundo se lê na publicação da gestora internacional. Em termos numéricos, essa vantagem é de 55 pontos base, enquanto que no mercado alemão se situa em 77 pontos base. “Esta diferença entre estes dois valores antecipa um política significativamente diferente entre a FED e o BCE”, explicitam da entidade. Isto é, o “mercado já conhece que esse crescimento é mais forte nos EUA do que na Zona Euro e que a FED irá, provavelmente aumentar as taxas enquanto o BCE irá flexibilizar a sua política”.

“Qual é o risco da FED aumentar as taxas acima do que está fixado?”, questionam os especialistas da Amundi. Para avaliar esse risco, na Amundi acham que se “deve considerar os movimentos cambiais e ainda os preços da inflação”. Sobre o primeiro, afirmam que “outros movimentos do mercado podem substituir o aumento da taxa de juro”.  O Federal Open Market Committee (FOMC) “não gere a taxa de curto prazo sozinho”, mas conjuntamente com uma séries de condições financeira como é o caso do “impacto do dólar, os preços das ações  e das obrigações das companhias em crescimento do mercado norte-americano”.

Relativamente ao segundo ponto, acreditam que o “risco de inflação é a fonte mais óbvia  de risco para as taxas de curto prazo”. A inflação é baixa nos EUA, sendo que na Amundi afirmam que “é consideravelmente mais baixa do que o objetivo do FOMC”. Juntando a FED à equação, sublinham que a Reserva Federal “não é susceptível de entrar numa campanha de grande ‘aperto’ até que a inflação reflita mais preocupação”. Ainda assim, reforçam que “os níveis de crescimento e de dívida globais indicam uma inflação baixa ou até mesmo deflação”.

Desalavancagem oferece prenda ao desalavancado

A liquidez reduzida tem sido um tema importante ao longo dos últimos meses. O segundo semestre do ano mostrou “uma mudança na dinâmica da oferta e da procura, em combinação com um novo cenário para as instituições financeiras, que tornam as principais classes de ativos mais baratas e fornecem oportunidades para os investidores desalavancados”, lê-se no relatório da Amundi.

Sector a sector

Atualmente o mercado de obrigações dos EUA regista “rendimento elevados com os sectores a serem grandes num contexto internacional. No gráfico seguinte pode ver-se os sectores mais valiosos em tons de azul. Por exemplo, as obrigações “US Investment Grand juntamente com as MBS são maiores do que todo o mercado da obrigações soberanas europeias”.

Na Amundi acreditam que no próximo ano “os sectores  não governamentais vão superar as US Treasuries. Neste momento os spreads são atrativos e antecipamos que uma maior variabilidade dos spreads irá proporcionar um oportunidade melhor do que a média fixada para os sectores durante o ano”.