“O portfólio representa as empresas que apresentam o maior desconto para o seu valor intrínseco”

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Aquele que é um dos fundos líder no ranking das rendibilidades acumuladas, ganhou recentemente o prémio de Melhor Fundo Nacional Acções Portugal. Gerido por Diogo Pimentel, o Santander Ações Portugal saiu vencedor nesta categoria, na gala da Morningstar que premeia a excelência na indústria financeira.

Em entrevista à Funds People, Diogo Pimentel, considerado o melhor gestor de fundos na última edição do Investor Relations & Governance Awards, considera que “do ponto de vista da Santander Asset Management, o investment case em acções nacionais assenta em três vectores: diminuição dos prémios de risco associados a activos periféricos, recuperação dos resultados das empresas e escassez de alternativas de investimento com yields atractivas”.

PSI 20 como referência

Crente de que “o índice português poderá continuar a recuperar face aos principais mercados accionistas” é, no entanto realçado, que na gestão do Santander Acções Portugal  o PSI 20 é “apenas utilizado como referência”. Nesta perspetiva, o gestor acrescenta que “o portfólio representa as empresas que apresentam o maior desconto para o seu valor intrínseco, calculado a partir dos fundamentais de cada empresa”.

Três questões decisivas...

Num cenário hipotético, em que três questões seriam as únicas possíveis a fazer ao board de uma empresa, e se daí dependesse a decisão de investimento, Diogo Pimentel entende que focaria, em primeiro lugar, “as perspectivas para as principais áreas de negócio e vantagens competitivas face à concorrência”, depois “os targets para a geração de free cash flow a médio prazo” e, finalmente, confirmaria “a integridade do management e o alinhamento com accionistas e minoritários”.

Caraterísticas das empresas

De um ponto de vista mais genérico, o profissional explicita que as empresas que constituem o portfólio do fundo deverão obedecer a caraterísticas específicas. Serem empresas com “vantagens competitivas nos seus modelos de negócio, terem “elevado retorno sobre os capitais próprios”, conseguirem “uma elevada geração de FCF (free cash flow) em todos os momentos do ciclo económico”, e, finalmente, possuírem “balanços sólidos e alinhamento de interesses entre management e accionistas minoritários”.

Papel decisivo de posições core

O modelo de gestão do fundo assenta na definição de posições core, explica o gestor à Funds People. “Estas posições são consideradas estruturais na construção do portfólio e são as empresas que conjugam as características referidas anteriormente com o maior desconto para o seu valor intrínseco”, indica Diogo Pimentel, que refere que tipicamente estas posições “são constituídas com um horizonte temporal de investimento de 3 a 5 anos”.

Outros fundos sob a sua alçada     

Atualmente Diogo Pimentel também gere outros fundos de ações focados em geografias distintas - um fundo de Acções Europeu, o Santander European Opportunitiese, um fundo de Acções Espanholas – Santander RV España Bolsa, num total de aproximadamente € 500 mn de activos sob gestão. O gestor salienta que “a filosofia de investimento value que utilizamos no fundo Santander Acções Portugal é transversal a todos os fundos”.

Numa perspetiva geral, destaca que “dentro de cada mandato, o objectivo é identificar quais são as empresas que transaccionam com maior desconto para o seu valor intrínseco e que, consequentemente, nos oferecem maior margem de segurança para o nosso investimento”.

Questionado sobre uma eventual mudança de funções ao nível da classe de ativos à qual se dedica, mais concretamente uma “troca” para as obrigações, Diogo Pimentel, indica que “a gestão de um fundo de obrigações apresenta o mesmo tipo de desafios que enfrenta qualquer portfolio manager, definição da alocação óptima de capital, de forma a maximizar o retorno para os participantes do fundo”, conclui.