O panorama português nos fundos de investimento alternativos que investem no mundo das obrigações

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Rififi_cz, Flickr, Creative Commons

As obrigações são um ativo importante nas escolhas dos investidores nacionais. De acordo com os dados publicados pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios – APFIPP – os fundos de obrigações totalizam cerca de 1.820 milhões de euros em património no final do mês de maio, isto se englobarmos apenas os fundos de obrigações de taxa indexada euro, obrigações euro e ainda os fundos de obrigações internacionais.

No mercado nacional encontramos ainda os Fundos de Investimento Alternativo de Obrigações, categoria que é composta por três produtos num total de quase 420 milhões de euros. O maior produto do segmento é o Fundo de Gestão Passiva que está sob responsabilidade da Banif Gestão de Activos. O Fundo de Gestão Passiva é um fundo de investimento alternativo fechado que iniciou a sua atividade no primeiro trimestre de 2010, tendo sido criado pelo Banco Privado Português (BPP) e passando depois da queda da instituição para as mãos da Banif Gestão de Activos. No final de maio somava mais de 336 milhões de euros sob gestão. No último trimestre de 2013 os seus participantes decidiram prorrogar o fundo por mais dois anos, pelo que no final deste ano haverá novamente uma Assembleia de participantes.

Fundos abertos: Semelhanças e diferenças

Analisando apenas os fundos abertos que pertencem a esta categoria da Associação, encontramos dois fundos: o Caixagest Oportunidades e ainda o NB Rendimento Plus. Dos dois produtos, aquele que consegue ter as maiores rendibilidades é o fundo gerido pela GNB Gestão de Ativos.

Sob responsabilidade de João Zorro, o fundo consegue ter uma rendibilidade anualizada de 9,88% nos últimos cinco anos (a 19 de junho), sendo que a três anos regista ganhos de 9,85%. No final do mês de maio os seus ativos sob gestão somavam 37,7 milhões de euros, com a dívida periférica a dominar a carteira, através de títulos soberanos de países como Itália, Portugal, Chipre e Espanha. O fundo foi galardoado recentemente como Melhor Fundo Nacional de Obrigações Euro nos últimos Morningstar Awards, galardão que recebeu pela segunda vez consecutiva. De realçar, também, que o fundo faz parte do lote de produtos que é classificado com rating quantitativo máximo atribuído pela Morningstar, sendo que o mês passado não foi exceção.

Há cerca de um ano o gestor, numa entrevista dada à Funds People, destacava “a flexibilidade de gestão, que torna o fundo capaz de tomar decisões de investimento em qualquer classe de risco de obrigações - dívida pública, corporate investment grade, high yield, mercados emergentes, convertíveis...podendo inclusive cobrir o risco através dos mais variados tipos de ativos – índices de ações, taxa de juro, cambial e derivados de crédito”.

Já o fundo da Caixagest regista rendibilidades mais modestas nos prazos mais longos de análise. Por exemplo, a cinco anos a sua rendibilidade anualizada é 2,8% enquanto que a três anos é de 4,74%. No entanto, no final do ano passado o fundo fazia parte da lista dos fundos de obrigações mais rentáveis a dois anos, fazendo também parte da lista dos fundos com cinco estrelas Morningstar durante sete meses de 2014. O Caixagest Oportunidades geria, no final do quinto mês do ano, mais de 42 milhões de euros, com as maiores posições em carteira a pertenceram a dívida corporativa de cotadas como a Portucel, Galp Energia ou EDP.

A entidade que gere o fundo, a Caixagest, é a gestora que tem sob sua responsabilidade o maior número de FIA no mercado nacional, totalizando mais de 1.200 milhões de euros em ativos sob gestão. O Caixagest Oportunidades é o quinto FIA da Caixagest em termos de volume sob gestão no segmento.

Os FIA de obrigações abertos