O “Império Americano” em 2014

EUA
Bert Kaufmann, Flickr, Creative Commons

A radiografia do mercado norte-americano durante o ano de 2014 é fácil de traçar. Logo no início do ano, a 6 de janeiro, Janet Yellen foi a votos no Senado para ser aprovada como representante da Fed até 2018. O sim foi dado: era a primeira vez que uma mulher liderava a Reserva Federal Norte-americana, e sobre ela recaia a responsabilidade de colocar fim ao programa de estímulos norte-americano.

Seguiram-se “manobras” de comunicação por parte da autoridade monetária. No início de fevereiro a presidente da Fed afirmava categoricamente a necessidade de se dar continuidade à política de estímulos à economia dos EUA, porque a recuperação do mercado de trabalho continuava “incompleta”. Em março, no entanto, era dado o primeiro sinal de redução do programa de estímulos, com um corte de 10 mil milhões de dólares no programa de compras mensal. O que é certo, como referiam especialistas da Pioneer Investments, é que com algumas manobras de discurso, “a Fed conseguiu que o consenso situasse o fim das compras de dívida no quarto trimestre de 2014, e que a primeira subida das taxas ocorra no primeiro trimestre do ano que vem”.  29 de outubro foi a data que pôs a pedra definitiva em cima do programa de estímulos norte-americano.  

Meia dúzia de fundos a investir na América do Norte

No mercado nacional existem seis fundos de investimento que tendo como seu universo de investimento a América do Norte, passaram, obviamente, por todos estes momentos de mercado, em 2014. Como tem sido esse desempenho durante este ano? Segundo dados da APFIPP, de 31 de outubro, os fundos de ações da América do Norte, desde o início de 2014 até à data indicada, apresentam uma rentabilidade média de 12,42%.

O vencedor no ano é o já falado noutras alturas BPI América – Categoria D, gerido pela BPI Gestão de Activos. Desde o início do ano, até ao final do mês de outubro, o produto apresenta um retorno de 15,68%. O fundo com  um estilo de investimento misto, investe em empresas de grande capitalização, e segundo a página da Morningstar,  tem um grande contributo de empresas tecnológicas, nas quais investe 21,55%. Neste âmbito, salientam-se nomes como a bem conhecida Apple, a empresa de semicondutores Lam Research ou a Computer Associates.

Muito próximo em termos de resultados segue-se um produto da Santander Asset Manangement. É ele o Santander Acções América, que durante este ano de “reboliço” nos EUA conseguiu ganhos de 15,35%, segundo a Associação Portuguesa de Fundos. Também este, à semelhança do que acontece com o produto anterior, apresenta uma percentagem significativa de investimento em empresas tecnológicas, das quais se podem nomear a Apple ou a Microsoft. O terceiro posto em termos de rentabilidades cabe ao Millennium Acções América, da Millennium Gestão de Activos. Também com uma rentabilidade próxima dos 15% (14,37%), este produto investe igualmente em empresas de grande capitalização da América. Neste caso, a maior fatia de investimento é feita nos serviços financeiros, e a este nível destacam-se posições no American International Group ou na MasterCard.

O Caixagest Acções EUA, gerido pela Caixagest, criado entre a crise das empresas dot.com e o ataque às torres gémeas, consegue no ano turbulento da Fed um retorno de 13,91%, segundo as contas da APFIPP. Cerca de metade da carteira está alocada aos sectores da saúde, serviços financeiros e tecnologia.

Também a ESAF apresenta na sua oferta um fundo cujo universo de investimento é centrado na América. O Espírito Santo Ações América consegue ganhos de 10,89% desde o início do ano, praticamente até ao fim do programa de estímulos nos EUA. O fundo concentra o seu investimento em empresas de crescimento. Aproximadamente um quarto da carteira está investida no sector da saúde e dela fazem parte empresas como a Merck & Co ou a Gilead Sciences.

Por último, o BPI América Categoria E, no ano de mudanças na política monetária dos EUA, apresenta até ao final do mês de outubro um retorno de 4,34%.