O impacto da situação na Síria para a economia global

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Cedida

As estimativas apontam para mais de 100 mil mortos desde que a guerra civil no país começou, sendo que nos últimos dias foi revelado que já aconteceram ataques com armas químicas na semana passada. Com esta revelação, os Estados Unidos, o Reino Unido e a França estão a pensar intervir militarmente no país. Essa intervenção será discutida no Conselho de Segurança da ONU e poderá ter impacto na economia desses países, que tinham mostrado sinais de recuperação nos últimos indicadores.

Para o economista-chefe da Schroders, Keith Wade, "as preocupações sobre o conflito na Síria intensificaram-se após a condenação do regime de Assad pelos EUA e pela UE, na sequência do ataque com gás em Damasco”. Deste modo, a intervenção militar parece provável e o preço do petróleo já começou a subir. Ainda assim, será que a intervenção militar irá afetar a recuperação económica global? “No período que antecedeu a primeira guerra do Golfo, em 1990-1991 o crescimento dos EUA estagnou, tal como os preços do petróleo perfurantes e a incerteza causada nas empresas e famílias levou a adiar planos de investimento”, afirma o economista-chefe da Schroders.

“Desta vez deve ser diferente. A primeira e a segunda guerras do Golfo estavam numa escala muito maior do que o conflito sírio com a clara intenção de enviar tropas. Desta vez, a intervenção deverá ser limitado ao disparo de mísseis de cruzeiro”, adianta Keith Wade.

O impacto no petróleo

"O recente aumento dos preços do petróleo é inútil, uma vez que se irá adicionar à inflação, agindo como um imposto sobre os consumidores. No entanto, o aumento verificado até agora não é suficiente para causar um problema significativo nos preços da gasolina dos EUA. Caso o Brent suba mais uns 10 dólares por barril para os 125 dólares, não será um problema para a atividade global”, confirma o economista-chefe da Schroders.

Commodities

As commodities podem reagir de maneira diferente, já que o ano está a ser de fortes colheitas, o que baixa o seu preço automaticamente.

Já na confiança, “o impacto pode muito bem depender de como aliados da Síria (Rússia e Irão) vão reagir”, conclui Keith Wade.