O impacto da China na economia do Brasil

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thewamphyri, Flickr, Creative Commons

Para a publicação BRAM Economic Bulletin, do Bradesco Asset Management, o abrandamento da economia chinesa é certo e é desejado, mas isso irá, certamente, representar uma queda no PIB brasileiro e no seu crescimento.

Segundo os cálculos da gestora brasileira, uma queda de 3% do PIB chinês, terá um impacto de 0,7% no PIB brasileiro.

Durante todo o processo de desaceleração, a China vai gastar mais com consumo e menos com investimento,  logo os efeitos sectoriais são significativamente diferentes, caso a economia abrandasse uniformemente.

O impacto

Se a economia chinesa abrandar o seu crescimento para 7%, qual será o impacto na economia brasileira? Para o Bradesco Asset Management, os sectores mais ligados à exportação serão os mais afetados, como é o caso do sector têxtil, equipamentos elétricos e ópticos. Também a construção será afetada pela abrandamento do PIB chinês.

Deste modo, e segundo o cálculos da gestora, se o PIB chinês passar de um crescimento de 10% para os 7%, o PIB brasileiro irá reduzir em 0,7 pontos percentuais. Em termos práticos, nos últimos dez anos o crescimento brasileiro seria de 2,9% anualmente, em vez dos 3,6% que ocorreram.

Quanto à distribuição da queda entre os setores no Brasil, em geral, os setores abertos (como bens comercializáveis​​) sofrem mais do que os setores mais fechados (tais como bens não comerciáveis​​). O setor que mais sofre com esse choque adverso da economia chinesa é o sector dos metais, que pode ser explicado pelo facto deste segmento ser um grande emissor de produtos para os setores relevantes da economia da China, como a construção.

Dois dígitos de crescimento

A China, desde que entrou na OMC, em 2001, teve um crescimento médio do PIB de 10%, tendo conseguido ultrapassar o Japão como a segunda maior economia do mundo, logo atrás dos EUA. Esta alta taxa de crescimento foi baseada no aumento das exportações e um forte crescimento do investimento.