O caminho da rentrée, foi o caminho do risco em setembro

path
hockadilly, Flickr, Creative Commons

A “rentrée” da indústria financeira  pode dizer-se que não trouxe grandes novidades quanto aos fundos estrangeiros mais subscritos nas três plataformas nacionais. Setembro, em traços gerais, voltou portanto a ser um mês de tomada de risco por parte dos investidores, caraterizando-se ainda pela preferência pelos mercados emergentes.

Essa tendência é demonstrada precisamente pelo Banco BiG e pelo Banco Best. No caso do primeiro, Isabel Soares,  gestora de produto da entidade, começa por indicar que “as preferências dos investidores têm-se concentrado em áreas geográficas específicas: Bloco Europeu, Ásia e Mercados Emergentes”. Com os problemas políticos mais amenizados  e o cenário macroeconómico a estabilizar, “os fundos com exposição ao segmento accionista parecem continuar a ser privilegiados pelos investidores (da lista de 10 fundos mais subscritos, 5 são produtos com estratégias focadas neste segmento)”.

Emergentes e Europa: mantém-se o interesse

Do Banco Best, Rui Castro Pacheco, head of asset management, também sublinha que este foi claramente “mais um mês com procura pelo risco e respetivo potencial de retorno, com 5 fundos de ações, 1 misto e 4 de obrigações no top 10, sendo que mesmo nos fundos de obrigações apenas um se pode considerar de menor risco”. No campo dos fundos de ações o denominador foi a consistência das escolhas, com  “os clientes a apostarem em ações Médio Oriente e Norte de África com o Franklin MENA em ações europeias com os fundos Alken European Opportunities e Schroder European Dividend Maximiser, este último a propor-se distribuir 2% de dividendos trimestrais (8% anual) e em ações americanas com o US Aggressive Growth gerido pela boutique ClearBridge que faz parte do grupo Legg Mason”. A novidade do mês na plataforma aparece ao nível do sector da saúde com o World Healthscience gerido pela BlackRock, a entrar no penúltimo lugar da tabela.

No Banco BiG, também o segmento da dívida foi consonante com o mês anterior. Isabel Soares enumera que se “continuam a verificar inflows interessantes em fundos que incluam alguma exposição a dívida soberana periférica (nomeadamente BNY Mellon Euroland Bond e Blackrock Euro Bond) ou dívida emergente (através do fundo BNY Mellon Emerging Markets Debt Local Currency)”.

Como novidade a este nível, é destacada “a reentrada do fundo Invesco Pan European High Income na lista de produtos mais procurados”. No sentido de rebalancearem o risco das suas carteiras, na opinião da gestora de produto, “este fundo misto defensivo cuja alocação é repartida entre acções e instrumentos de dívida continua a assumir-se como uma das soluções privilegiadas pelos investidores”.

Habitués e novos

Do restante top de fundos estrangeiros mais subscritos, Rui Castro Pacheco enumera ainda os fundos de menor risco que o compõem. “O fundo de menor risco deste top é o Euro Bonds (short) gerido pela Deutsche AWM e que investe em dívida de curto prazo com maior exposição a governos”. No campo dos habitués também nos fundos de obrigações “encontramos o Dynamic Bond, gerido de uma forma flexível e dinâmica pela Jupiter e que distribui dividendos trimestralmente, e o Global High Yield, gerido pela Axa e que investe em obrigações de high yield de forma global”. “A fechar o quarteto de fundos de obrigações aparece uma novidade que é o Emerging Markets Bonds gerido pela Pioneer e que investe em dívida emergente”. O head of asset management realça ainda que “o Banco Best tem verificado junto de várias casas de gestão algum consenso em torno do bom momento potencial para a dívida de países emergentes, a qual se encontra atualmente com valorizações atrativas. Acresce que este fundo é gerido de uma forma muito flexível pela Pioneer podendo investir em países ou empresas tanto em Hard Currency (USD) como Moeda Local”.

A um nível de risco intermédio “indicado para investidores que querem alguma exposição aos mercados de ações, mas de forma controlada e com um retorno estável, aparece o fundo Stable Return gerido pela Nordea e que foi o mais subscrito pelos nossos clientes em Setembro”.

Risco... balanceado

Num meio termo aparece o ActivoBank. João Graça, da entidade, considera que “na vertente de subscrições, verificamos estratégias diferentes, alguns investidores a subscreverem fundos com um risco mais balanceado e mais diversificados como o caso dos fundos estratégicos da UBS, outros a optarem por diversificarem geograficamente os seus portfólios utilizando o Franklin India ou o Schroder ISF Frontier Markets”. 

 

TOP TEN DOS FUNDOS MAIS SUBSCRITOS EM SETEMBRO 

 

Best

ActivoBank

BiG

1

Nordea-1 Stable Return Fund E EUR

UBS (Lux) SF Balanced (EUR) N Acc

JPMorgan Europe Equity Plus Fund

2

Franklin MENA Fund N Acc €-H1

Goldman Sachs Global Cor EQ Portfolio E

Invesco Pan European High Income Fund

3

AXA World Funds Global High Yield Bonds E Capitalisation EUR hedged (95%)

MSS Euro Corporate Bond B

BNY Mellon Euroland Bond P

4

The Jupiter Global Fund - Jupiter Dynamic Bond Class L EUR Q Inc

Schroder ISF Euro Equity B

BNY Mellon Emerging Markets Debt Lc Crcy

5

Alken Fund European Opportunities-A

UBS (Lux) SF Fixed Income (EUR) N Acc

Fidelity Funds - Iberia Fund

6

Pioneer Funds - Emerging Markets Bond C EUR ND

Franklin India N

Schroders ISF Asian Equity Yield

7

Legg Mason ClearBridge US Aggressive Growth Fund Class A EUR Acc

Parvest Bond Euro Government N

Fidelity Funds-Emerging Markets Fund

8

Schroder International Selection Fund European Dividend Maximiser B Dis

JPM US Select Equity D

Templeton Global Bond Fund

9

BlackRock Global Funds - World Healthscience E2 EUR

Schroder ISF Frontier Markets EQ B

BlackRock Pacific Equity Fund

10

Deutsche Invest I Euro Bonds (Short) NC

BNY Mellon Global Real Return A

BlackRock Euro Bond Fund